Foto ilustrativa
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A equipe do Globo Rural mostra como as árvores da caatinga ensinam os agricultores a conviver com a seca. A demora das obras de transposição do Rio São Francisco e a história de quem perdeu tudo plantando coqueiros na Paraíba e agora não tem como irrigar.

No imaginário nacional, os coqueiros costumam fazer parte de um cenário de beleza nordestina. Mas em Cariri da Paraíba, hoje os coqueiros fazem parte de uma paisagem de desolação. Todos os coqueiros morreram por falta de água.

O coqueiro é uma árvore que, na irrigação, mais precisa de água. Cerca de 200 litros por dia. Agricultores da região, receberam, há dez anos atrás, do governo da Paraíba, terrenos de cinco hectares cada um para plantar os coqueiros. Era um projeto de assentamento. As terras seriam irrigadas através do canal da redenção, abastecido pelo maior açude da Paraíba. Os produtores cultivaram os coqueiros, mas todas as plantações morreram. Agora, as rochas afloram na terra em um processo chamado desertificação.
Na aridez da região, a única planta resiste. É uma árvore de algaroba, originária do Peru. Ela busca água em um lugar bem profundo, por isso ela está quase virando uma praga no Cariri da Paraíba.
As raízes da árvore chegam a furar as cisternas. Uma possível solução seria reflorestar a região com espécies nativas da caatinga, mas segundo Kristeny Leite Chaves, da Secretaria de Agricultura de Boqueirão, ainda não existe um projeto para isso.
Segundo o Ministério da Integração Nacional, a água do São Francisco deve chegar a Monteiro até março do ano que vem. Só que, na quarta-feira, a Justiça do Trabalho em Pernambuco determinou, em caráter liminar, a suspensão das obras da transposição, por causa de denúncias de irregularidades trabalhistas.

Apesar de todas as dificuldades, esperança ainda é uma palavra sempre citada nas falas dos nordestinos. 

G1PB

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