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O Governo do Estado da Paraíba, através da Secretaria de Educação do Estado, está determinando a implantação do projeto denominado Escola Cidadã na Escola Estadual de Ensino Médio Monsenhor Manuel Vieira, mais conhecida por CEPA. A unidade educacional passará a funcionar a partir de 2017 em tempo integral, ou seja, os estudantes ficarão na escola das 07h00 às 17h00.

Mesmo diante de fortes críticas da comunidade escolar ocasionadas pela falta de estrutura adequada para tal medida, a Secretaria de Educação do Estado segue com a intenção e no mês de fevereiro as aulas começam a implantação do projeto. A medida deverá causar uma evasão escolar sem precedentes na escola que é referência em todo o sertão da Paraíba pela qualidade do ensino público oferecido nos turnos manhã, tarde e noite.

Nos tempos áureos da década de 90, a Escola Estadual Monsenhor Manuel Vieira, que se chamava Escola Estadual Pedro Aleixo (CEPA), chegou a ter mais de 4.000 estudantes matriculados. Atualmente estava com pouco mais de 1.300, mas esse número pode cair drasticamente, pois centenas de estudantes e suas famílias não aceitam o projeto Escola Cidadã por diversos motivos, entre os quais falta de estrutura adequada nas dependências da escola, perca de professores, tempo dentro da escola, falta de esclarecimentos da comunidade escolar sobre o novo método, estudantes que trabalham ou ajudam em suas casas nos horários opostos, dentre outros.

A estudante Ellen Rodrigues, que cursava o 2º ano do ensino médio, disse que está pensando seriamente em mudar para outra escola ou mesmo ir morar com familiares em Pernambuco para terminar o ensino médio. Ellen relatou a redação do Patosonline.com que esteve no CEPA e, até agora, nada foi feito para melhorar as estruturas da escola. “Os banheiros estão do mesmo jeito e nem se quer tem chuveiros para tomarmos um banho durante a jornada de 10 horas. O refeitório é outro problema, pois sempre fazemos o lanche com o prato na mão devido a não ter espaço e nem mesas para uma refeição tranquila. Outra coisa! As salas de aula estão cada vez mais quentes e sem sinais de que receberão ar-condicionado, pois nem a rede elétrica comporta isso! Estou triste com tudo isso e o governo nem nos escuta! ”, relatou Ellen.

Professores que ensinam há décadas na escola também estão saindo devido a incompatibilidade de horários. A Secretaria de Educação do Estado exige dedicação exclusiva ao projeto e muitos deles têm vínculos em outras instituições. “O Governo fica fazendo testes na educação sem levar em consideração a complexidade disso. Não temos segurança para abraçar um projeto como esse, pois já vimos outros serem implantados e depois simplesmente abandonados. Temo que esse seja mais um destes!”, comentou um professor que pediu para não ser exposto.    

A reportagem tentou contato com Carlos Gabi, diretor da 6ª Gerência Regional de Educação (6ª GRE), no entanto, não obteve sucesso.

 

Jozivan Antero – patosonline.com

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