Tiros aconteceram dentro da delegacia, enquanto preso era ouvido. (Foto: Rafaela Gomes/TV Paraíba)
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A arma usada por um preso algemado para atirar e matar um agente de investigação dentro da delegacia de homicídios de Patos, no Sertão da Paraíba, foi deixada na sala em que o preso estava pelo delegado Diego Beltrão, segundo informou o delegado Sylvio Rabelo nesta terça-feira (31). Diego Beltrão está afastado das funções desde o domingo (29), quando o agente de investigação Klaus Cruz do Nascimento, de 34 anos, foi morto, e deve entrar de férias no mês de fevereiro.

Na segunda-feira (30), a polícia já tinha divulgado que o preso que matou o agente estava algemado com as mãos para trás e que a arma pertencia ao delegado. Depois de atirar no agente, o preso também foi ferido com tiros, chegou a ser levado para o hospital, mas morreu. O policial foi enterrado na segunda-feira em um cemitério de Patos depois de receber várias homenagens.
Sobre a habilidade do preso para manusear a arma mesmo estando algemado com as mãos para trás, o delegado explica que ele era alto, magro e de braços longos, “o que pode ter facilitado os movimentos e manuseio da arma no momento dos disparos”.

Preso é testemunha

Rabelo também informou que a única testemunha do crime é um preso que estava sendo ouvido por Klaus quando o policial foi ferido. Ele foi ouvido durante a segunda-feira e segue detido no presídio Romero Nóbrega, também em Patos.
O depoimento dele foi acompanhado por todos os delegados que atuam no caso, por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Ministério Público. “Ele é a testemunha mais importante, na investigação, pois ele viu tudo”, destaca Rabelo.

Homem percebeu arma na sala

Segundo Rabelo, o delegado Diego Beltrão saiu da sala e havia deixado a arma ao lado da mesa dele, uma pistola calibre ‘ponto 40’. “O preso de alta periculosidade percebeu isso, se levantou e pegou a arma deixada pelo delegado”, diz.
Rabelo segue narrando que “depois de pegar a pistola, ele [o preso] correu para a sala do cartório que fica ao lado da sala onde estava sendo ouvido, provavelmente para tentar fugir ou se esconder”. “Mas, nesta sala, estava o agente que foi morto e outro preso que também prestava depoimento”, conta.

O delegado explica que “o policial que foi morto estava de costas no momento em que o preso armado entrou no cartório”. “O agente ainda teria tentado se levantar, momento em que foi ferido por dois tiros, sendo um no abdômen e outro na lateral da cabeça, morrendo na hora”, conta. Depois disso houve outro disparo que também atingiu o preso na cabeça. “Ainda não sabemos quem atirou nele”, disse o delegado.

Preso suspeito de ataques a bancos

As investigações apontam que o grupo ao qual o preso estavam na cidade de Patos para planejar explosões em instituições bancárias na região do Sertão. Ele respondia a 26 processos policiais e judiciais por roubo, tráfico de drogas, homicídios e explosão de caixa eletrônico. “Dentro da facção [a que ele pertencia] ele era uma pessoa muito respeitada”, disse o delegado.
O preso tinha sido levado para a delegacia suspeito de participar de um grupo responsável por explosão de bancos. Ele estava com mais três suspeitos dentro de um veículo Fiesta Sedan com placas de São Paulo e foi abordado por uma equipe da Polícia Rodoviária Federal na cidade de São Mamede, na noite do sábado (28), mas conseguiu fugir.

A polícia conseguiu localizar o homem na manhã do domingo (29), em uma pousada na cidade de Patos e levá-lo para a delegacia. Junto com ele e o veículo, foram apreendidos vários equipamentos utilizados para arrombamentos de caixas eletrônicos.

Investigação com vários delegados

A Polícia Civil designou o delegado Glauber Fontes em caráter especial para ficar à frente dos detalhes da investigação. Entretanto, os procedimentos estão sendo acompanhados pelo delegado seccional Sylvio Rabelo; pelo superintendente regional da Polícia Civil, André Rabelo; pela superintendência geral da Polícia Civil na Paraíba; e pela Secretaria de Segurança e Defesa Social do Estado. O inquérito deve ser concluído um prazo de 30 dias.

G1PB

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