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O meteorologista patoense Rodrigo César Limeira tem acertado nas suas previsões sobre as chuvas no semi-árido.  Recentemente ele concedeu uma entrevista ao site Folha Patoense e comentou a respeito do inverno e das perspectivas para os próximos meses.

Folha Patoense: Que perspectivas você tem para o inverno desse ano?

Rodrigo César Limeira

Rodrigo César Limeira: 2017, um ano com chuvas próximas da normalidade na maioria dos municípios do semiárido da Paraíba, sendo bom para encher e sangrar barreiros e até açudes de médio porte, mas ruim para os maiores açudes que abastecem as cidades do semiárido do estado. Mesmo com a irregularidade das chuvas, 2017 deverá ser ano bom para agricultura na maioria dos municípios do semiárido paraibano. Além disso, algumas previsões minhas já se confirmaram esse ano, com chuvas variando de normal a acima da média em Janeiro e Fevereiro, com a estação chuvosa da região começando entre os dias 08 e 18 de Fevereiro. Além disso, as chuvas variando de normal a abaixo da média em Março no semiárido do estado, estão também confirmando prognósticos que fiz para a estação chuvosa desse ano.

Folha Patoense: O que já choveu até agora não aponta para uma possibilidade de um grande inverno?

Rodrigo César Limeira: Não, a tendência segundo minhas previsões, é de normalidade de chuvas em 2017, mas devido a fenômenos como convecção localizada, alguns municípios podem ter chuvas até acima da média, mas eu descarto a possibilidade de grande inverno para o corrente ano de 2017 no Cariri, Sertão e Alto-sertão da Paraíba.

As condições oceânicas apontam para uma irregularidade na distribuição espacial das chuvas, indicando precipitações apenas normais na maioria dos locais. Em Patos por exemplo, já choveu pouco mais de 400 mm até agora em 2017, para uma média de estação chuvosa de cerca de 650 mm, e anual em torno de 700 mm. Dessa forma, minhas previsões devem se confirmar.

Folha Patoense: No maior inverno que você tem notícia na região de Patos choveu quantos milímetros? E o menor?

Rodrigo César Limeira: Os dois anos mais chuvosos, e que quase se equipararam foram 1985 onde choveu 1.480 mm em Patos, e 2009, onde foram totalizados 1.529 mm na cidade. 1985 coincidiu com o episódio mais intenso já registrado até hoje do fenômeno La Niña, e 2009 com o ano em que o Atlântico Sul mais esquentou na altura da costa do Nordeste, desde que o monitoramento das condições oceânicas começou a ser realizado.

Os dois anos mais secos da História foram: 1998, ano conhecido na Literatura Científica como a pior seca já registrada até hoje no semiárido do Nordeste, que culminou com o episódio mais intenso do fenômeno El Niño em todos os tempos. Em Patos, em 1998 choveu apenas 233 mm. Já em 2012, a seca teve como vilão o Atlântico Sul na altura da costa do Nordeste, que dentro do período de Fevereiro a Maio se manteve praticamente frio. Mesmo com a ocorrência do fenômeno La Niña, 2012 foi ano de grande seca no semiárido do estado e em todo o setor norte do Nordeste. Em Patos foram registrados apenas 199 mm de chuva no referido ano.

Folha Patoense: Ano a ano, com o aumento populacional, o Nordeste terá cada vez mais necessidade de recursos hídricos. A Transposição certamente vai ajudar, mas o que se pode fazer para que o Nordeste tenha condições de enfrentar a seca sem os rigores e as preocupações que enfrentamos hoje?

Rodrigo César Limeira: Adotar políticas de educação para o uso racional da água é algo muito importante, além disso projetos de interligação de bacias, e principalmente reciclagem e reaproveitamento da água são ações fundamentais. Ainda permitimos que muita água seja desperdiçada quando chove, isso é inaceitável, temos que impedir que a água doce vá para o mar, precisamos utilizá-la o máximo possível, para que as demandas de consumo cada vez maiores sejam atendidas.

Fale um pouco da sua formação profissional. O que você faz? Em que se formou?

Sou formado em Física pela Faculdade Chaffic – São Paulo/SP – 2012, e Físico do NEPEN (Núcleo de Estudos e Pesquisas do Nordeste) de Julho de 2012 à Março de 2015, coordenando o Espaço Energia(Museu da Eletricidade da Energisa) em Sousa/PB, e desde Dezembro de 2015 sou”consultor de clima” da empresa Federal Energia de São Paulo-SP. Sou palestrante e estudioso da Radioatividade na Telefonia Móvel, Eficiência Energética, Física dos Raios, Física do Aquecimento Global, Lei da Atração da Física Quântica e Meteorologia. Sou formado em Meteorologia (Física de Fluidos Aplicada à Troposfera Terrestre) pela UFCG – Campina Grande/PB – 2006.

Sou mestre em Meteorologia (Física de Fluidos Aplicada à Troposfera Terrestre) pela UFCG – Campina Grande/PB – 2008; e também sou analista de crédito para empréstimos consignados via correspondente bancário.

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