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Mostrando o primeiro troféu que ganhou na carreira

Vital Lins de Araújo é natural de Patos,  tem 70 anos, 1,80 de altura e desde os 17 anos mantém o mesmo peso: 88 quilos. Corre dez quilômetros três vezes por semana. Pedala 80 quilômetros duas vezes por semana e ainda acha tempo para praticar natação.

A dedicação do professor Vital aos esportes já é bem conhecida. Nos anos 70 e 80 ele era ídolo da garotada em Patos, justamente pela força e por praticar esportes que naquela época eram pouco praticados em Patos.

Em 1966, aos 19 anos, ele entrou no Exército, em João Pessoa, e começou a treinar judô. O judô foi o esporte onde ele se destacou mais, mas durante o tempo em que esteve no Exército Vital praticou diversos outros esportes, ganhou prêmios e medalhas e o seu desempenho sempre impressionou a todos.

Serviços com placas para complementar a renda.

Ficou no exército durante nove anos e dez meses e, quando voltou à Patos,  implantou, em agosto de 1974, na Rua José Jorge,  no bairro do Santo Antônio, a Academia Judô Clube Patoense, que depois passou a ser chamada de Judô Cultural Patoense.

São mais de 40 anos instalado no mesmo lugar. Pela academia do professor Vital passaram alunos de diferentes gerações e muitos desses alunos conseguiram se destacar na prática do judô.

Vital Lins, que é faixa coral em judô (acima de faixa preta), é casado há 33 anos com a senhora Raimunda de Oliveira Araújo (que é faixa verde em judô). O casal teve três filhos: Victor Ramon, Vital Lins de Araújo Júnior e Vinicius de Oliveira Araújo, todos formados em áreas distintas e, uma curiosidade: todos são professores de judô também. “O judô é um esporte que proporciona equilíbrio físico e mental e hoje é uma marca registrada da família”, disse.

O mestre em sua tradicional academia

A Academia Judô Cultural Patoense segue ensinando esse esporte e, segundo o professor, a partir dos quatro anos a criança já está apta a participar. Vital disse que o momento da academia não é bom e que pensa em fechá-la em dezembro desse ano caso a procura por aulas não aumente. Seus alunos torcem para que isso não ocorra.

Apesar do judô ser o esporte com que ele está mais identificado, o professor Vital  também luta ju-jitsu, luta livre americana (hoje chamada de MMA), vale tudo, atletismo, lançamentos de pesos, discos e dardos; praticou tiro de fuzil e conhece técnicas de Atemi waza e defesa pessoal.

Por 32 anos o professor Vital trabalhou na Polícia Militar como instrutor de defesa pessoal e foi fisicultor do Esporte Clube de Patos por 14 anos. “Também gosto de futebol, torço pelo Esporte de Patos e, desde jovem, por causa do Garrincha, me tornei torcedor do Botafogo”, disse.

Em Patos, Vital travou lutas em circos, em ringues, e ficaram folclóricas as brigas que travou com o lutador He-Man, um halterofilista que era uma montanha de músculos e  perambulava pelas cidades da região em um circo procurando pessoas que tivessem coragem de enfrenta-lo. Vital e He-Man se enfrentaram muita vezes e quando os dois se topavam era garantia de casa cheia.

Vital é aposentado e complementa a renda com aulas de judô e com serviços de pintura de placas e medalhas. Ele acha que o poder público deveria apoiá-lo mais no sentido de fortalecer parcerias com sua academia para a prática de judô e outros esportes.

Quem entra em sua academia se depara com dezenas de troféus e medalhas que ele ganhou nas mais diversas competições ao longo de sua vida: 18 vezes campeão paraibano de judô, 12 vezes campeão do Norte-Nordeste (Brasileiro Zonal); oito vezes campeão pelo 4° Exército; Tri-campeão de Judô pelas forças armadas; medalhas em olimpíadas das Forças Armadas, etc etc. “Apesar das inúmeras taças e troféus que eu ganhei ao longo da minha carreira a minha alegria maior é saber que muitos alunos meus ganharam títulos importantes pelo Brasil afora. Já perdi a conta do número de atletas que passaram por nossa academia e ganharam competições nacionais e internacionais. Isso para um professor é a maior gratificação”, disse ele.

A academia Judô Cultural Patoense, para não fechar, precisa de alunos, e os interessados em praticar esse esporte que surgiu no Japão no século XIX e se propagou pelo mundo (bastante praticado no Brasil), pode contatar a mais tradicional das academias patoenses, pelo telefone 3421- 4115.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com 

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