Numa cidade quente como Patos sempre se discutiu a necessidade de se plantar mais árvores – uma forma de tornar o clima menos agressivo. A questão esbarra em outro problema: a falta d’água.
Carente de recursos hídricos a cidade de Patos encontrou por muito tempo na algaroba a cultura arbórea apropriada, justamente por ser uma árvore que bebe pouca água.
A algaroba não é nativa, mas se tornou comum por aqui. Oriunda do Peru, a algaroba foi plantada por décadas em Patos e hoje estão velhas, doentes, e, com frágil sistema radicular, caem com facilidade, além de ser bastante difícil de podar.
A árvore peruana prestou um grande serviço a Patos, proporcionou sombra e beleza por décadas, mas hoje quase não é plantada mais e outro modismo se estabeleceu: o nim. Essa árvore, de origem indiana, tomou de conta de Patos. Ela cresce muito rápido e isso fez com que virasse uma febre em toda a região, não só em Patos.
Se o nim, por não ser uma árvore exótica, vai trazer problemas futuros, só um engenheiro ou o futuro poderá dizer, mas o fato é que ele fez com que a arborização de Patos avançasse em termos quantitativos. Patos tem pouca diversidade, é quase uma monocultura e, embora a Secretaria de Meio Ambiente, desde o governo de Francisca Motta, tenha trabalhado e incentivado a plantação das árvores nativas, o nim continua sendo largamente plantado.
Isso se verifica no Conjunto Jardim Floresta, também conhecido com Conjunto do Português, na parte leste da cidade, onde é fortíssima a presença do nim (veja fotos).
O Jardim Floresta impressiona quando assunto é arborização. É um bairro pequeno, mas em termos proporcionais é o mais arborizado da cidade. Só na via de acesso ao conjunto são 110 árvores plantadas (quase todas nim) e nas ruas o verde toma de conta do cenário. E o conjunto é novo, ou seja, as árvores ainda estão pequenas, vão crescer muito mais. “Não tenho dúvidas de que no futuro o Jardim Floresta em Patos dará o exemplo de bairro onde o verde foi pensado e incentivado”, disse Marta Salomé, moradora do bairro.
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