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1No Bairro Bivar Olinto mora a servente de pedreiro Alzenir dos Santos Vilar, de 37 anos, solteira e sem filhos. Há mais dez anos Alzenir trabalha na construção civil, e pega no pesado: senta tijolo, carrega o carrinho de mão, reboca, carrega saco de cimento, puxa o piso, sobe escada com lata de concreto, faz tudo o que um servente de pedreiro masculino faz. “Ela é dedicada, trabalha bem, faz o serviço bem feito. Trabalha melhor que muito homem por aí”, diz a moradora do Salgadinho Lucinha dos Santos Leitão, que está reformando a casa e Alzenir é uma das ajudantes nas obras.

Alzenir disse que antes de ser servente de pedreiro trabalhava como doméstica e que aprendeu a profissão observando como se fazia.

2Ela começou a pedir emprego de ajudante nas construções e o preconceito dos homens, segundo ela, era grande, pois não acreditavam que ela pudesse fazer o serviço. “Diziam que isso é serviço pra homem e que mulher nem tinha força pra fazer sem sabia fazer direito e que só iria atrapalhar. Era o que me diziam”, disse ela, que disse que ouviu muitos “não” finalmente um dia ouviu o primeiro “sim”.

Depois desse primeiro “sim” alguns serviços foram aparecendo. “A primeira vez que eu trabalhei como servente de pedreiro agradei a todos, gostaram do meu trabalho, todos me respeitavam e esse pessoal ficou me conhecendo e me chamando para um serviço ou outro e daí já estou na profissão há mais de dez anos”, disse.

servente 5Ela disse que não conhece outra mulher em Patos na mesma profissão. “Que eu saiba eu sou a única”. E disse que que não tem tido problemas em conviver num ambiente cheio de homens: “Eles me respeitam, ninguém me destrata não”.

Ela concluiu o primeiro grau, vive com os pais e o que ganha ajuda nas necessidades da casa. Às vezes passa meses sem trabalhar porque os construtores não aceitam empregá-la. “Ela trabalha bem, faz tudo certinho, é uma profissional exemplar”, disse o marmorista Abraão Batista, que neste momento trabalha com ela na já citada reforma de uma residência no bairro do Salgadinho.

O telefone de Alzenir, para possíveis interessados no serviço dela é 9.9839-8267.

Quando alguém entra na construção e escuta uma voz feminina entre tantas vozes masculina a surpresa é de imediato. “Ninguém espera encontrar uma mulher subindo uma escada com uma lata de cimento, por isso todos se admiram”, finalizou.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com – 99974-0076

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