San Miguel Los Lotes, no departamento de Escuintia, um dos afetados pelo vulcão.
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Vulcão de Fogo, na Guatemala, voltou a entrar em erupção nesta segunda-feira (4) e a retirada de moradores de áreas próximas prossegue. A atividade vulcânica deixou 62 mortos, de acordo com o governo. Até o momento, apenas 13 vítimas fatais foram identificadas.

A explosão de domingo do vulcão foi uma das mais violentas das últimas décadas. O governo estima que 296 pessoas ficaram feridas, e milhares de moradores tiveram que deixar suas casas na região do vulcão, localizado a cerca de 50 km da capital.

A lava que desceu da cratera durante a tarde de domingo também deixou 1,7 milhão de afetados e 3.265 evacuados das áreas próximas, que abrangem os departamentos de Sacatepéquez, Chimaltenango e Escuintla.

Nestas três localidades foi declarado alerta vermelho pelo governo guatemalteco, que também instaurou alerta laranja em nível nacional, à espera de o Congresso aprovar a solicitação de estado de exceção para poder contar com os recursos destinados a situações desta gravidade.

O porta-voz da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres, David de León, detalhou que no momento 1.687 pessoas estão sendo atendidas em albergues, após terem sido desalojadas ou resgatadas da área de risco, coberta de cinzas e de pó incandescente, que em algumas ocasiões chegou a temperaturas superiores aos 700 graus.

O Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia reportou no começo da manhã que o vulcão está voltando à sua normalidade, mas advertiu que as ravinas de até 80 metros de profundidade estão cheias de material vulcânico.

Embora o vulcão já tenha diminuído a atividade, não está descartada a hipótese nova erupção, disse o secretário da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres, Sergio García Cabañas, que acrescentou que não se sabe quantas vítimas podem estar sob as toneladas de cinza.

A explosão da segunda interrompeu o trabalho de funcionários de resgate que retiravam corpos do vilarejo de El Rodeo. No domingo, o balanço era de 25 mortos. Não está claro ainda se mais corpos foram encontrados ou se outras pessoas morreram em decorrência da explosão desta manhã.

Também nesta segunda, um terremoto de magnitude 5,2 atingiu a costa da Guatemala, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

No domingo, o Vulcão de Fogo ficou em atividade por mais de 16 horas e o Instituto de Vulcanologia já tinha advertido para a probabilidade de uma nova explosão. À noite, o porta-voz da Coordenação Nacional para a Redução de Desastres (Conred), David de León, disse que 3 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e 653 foram levadas para abrigos nos departamentos de Escuintla (sul) e Sacatepéquez (oeste).

O vulcão, de 3.763 metros de altura, fica entre os departamentos de Escuintla, Chimaltenango e Sacatepéquez. Esses três departamentos foram os mais afetados pela erupção, que é considerada a mais forte desde 1974.

Sobrevivente lamenta ter perdido a família

“Essa é a maior erupção desde 1974, temos tido erupções constantes mas não nesta dimensão, que caíram até 8 km de lava de grande magnitude”, disse Gustavo Chigna, especialista do Instituto Nacional de Sismologia e Vulcanologia.

A cinza lançada pelo monte atingiu os 10 mil metros de altura acima do nível do mar e cobriu várias cidades. As imagens exibidas na televisão e divulgadas nas redes sociais mostram corpos no chão, assim como veículos e casas destruídos pela erupção. O aeroporto internacional La Aurora teve que ser fechado.

G1

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