Marina Silva e Eduardo Jorge durante convenção da Rede, neste sábado (4) (Foto: Reprodução/TV Globo)
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A Rede Sustentabilidade aprovou por aclamação neste sábado (4) a candidatura de Marina Silva à Presidência da República. O partido confirmou o nome da ex-ministra do Meio Ambiente em convenção nacional em Brasília.

A Rede também confirmou Eduardo Jorge (PV) como candidato a vice na chapa. A aliança entre as legendas foi acertada na última quinta-feira (2).

Esta será a terceira vez que Marina Silva concorrerá ao Palácio do Planalto. Nas outras duas ocasiões, em 2010 e 2014, ficou em terceiro lugar.

Em discurso na convenção, Marina afirmou que a aliança com o PV é “programática, não pragmática”.

“A aliança é um encontro programático, não é de conveniências, não é de tempo de TV, não é para pagar marqueteiro. É uma aliança para ajudar a transformar o Brasil”, afirmou.

Ela defendeu uma campanha sem mentiras e disse que não vai “destruir” os adversários. “Não vamos fazer “fake news”, não vamos desconstruir biografias, começar a mentir, a destruir a vida das pessoas, em relação a Ciro, a Alckmin, a Bolsonaro, a quem quer que seja”, declarou.

Marina Silva também afirmou que, se eleita, vai propor uma reforma política que acabe com a reeleição.

“Mandato de cinco anos a partir de 2022. Eu [se eleita] terei apenas quatro anos. Não queremos um projeto de 20 anos. Foi aí que muitos se perderam”, disse a candidata, referindo-se a PSDB e PT.

O candidato a vice na chapa, o ex-deputado Eduardo Jorge (PV), afirmou que Rede e PV estiveram juntos na defesa do impeachment de Dilma Rousseff , em 2016. Jorge acrescentou que as legendas eram favoráveis à cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE. Para ele, a chapa “fraudou” as eleições de 2014.

Ele disse que Marina será a candidata “da pacificação do Brasil”. “Uma candidata do porte de Marina tem que dar para o Brasil o sentido da nação. A gente tem hoje? Não tem. O país é a terceira maior democracia do mundo. E aqui são todos contra todos. É uma selvageria”, declarou.

Marina também disse que a chapa dela e de Eduardo Jorge é “a mais preparada” e com “condições de unir o Brasil”. “Temos que acabar com a oposição cega que só vê defeitos. Acabar com a situação cega que só vê virtudes”, afirmou.

Ela lembrou as eleições que disputou e disse que em 2014 o pleito foi uma “guerra sem parâmetros e ética”. “Muitos concorriam ao mecanismo criminoso que assaltou a Petrobras, o Banco do Brasil, o BNDES”, disse.

Porta-voz da Rede, Pedro Ivo afirmou em discurso que a aliança com o PV é “programática” e que na aliança “não tem bandido, não tem ninguém na Lava Jato”.

O presidente do PV, José Luiz Penna, criticou as grandes legendas – sem citar quais – que querem, na avaliação dele, “eleger sempre os mesmos”. Segundo ele, a aliança entre PV e Rede é “um sinal claro de que a democracia no Brasil não vai aceitar sinais autoritários que estão sendo dados por algumas candidaturas”.

Propostas

Entre as propostas que apresentou, durante o discurso, a candidata da Rede manifestou a intenção de:

Alterar o que chamou de pontos “draconianos” da nova lei trabalhista, que entrou em vigor no ano passado;

Fazer um controle das constas públicas e “encarar”, principalmente, a reforma da Previdência;

Recuperar políticas sociais, com compromisso e aperfeiçoamento dos programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida;

Diminuir o desemprego, fazer investimentos em educação, creches e em saúde. “Não dá mais para ser marcado para morrer na fila do SUS”;

Combater a corrupção, o foro privilegiado e resgatar a credibilidade para atrair investimentos;

Trajetória

Marina Silva, de 60 anos, foi deputada estadual no Acre (1991-1994) e senadora pelo estado por dois mandatos (1995 a 2010). Ela se licenciou do Senado de 2003 a 2008, quando ocupou o cargo de ministra do Meio Ambiente nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva.

Filiada ao PT desde 1986, deixou a legenda em 2009 para se filiar ao PV, partido pelo qual concorreu à Presidência em 2010, mas não conseguiu chegar ao segundo turno.

Em 2014, se candidatou novamente, desta vez pelo PSB. À época, era vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos, mas assumiu a candidatura após a morte do candidato em um acidente aéreo. No segundo turno, apoiou o tucano Aécio Neves.

 

G1

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