A costureira e artesã Maria do Socorro, mais conhecida como Doroteia Souta, de 60 anos, residente em São Mamede, perdeu o seu filho Joedilson Júnior, conhecido por “Juninho” de 21 anos, no dia 29 de março de 2005. O rapaz, que cursava o último ano de Economia nas Faculdades Integradas de Patos, estava tomando banho de açude com familiares e amigos, quando se afogou e faleceu.
Dona Doroteia era separada quando o filho morreu e hoje vive com a mãe, uma idosa de 95 anos, e um filho adotivo, de 40 anos, mas nunca se recuperou do golpe que sofreu.
Seu filho costumava usar uma colônia da Blosson, chamada Sport Liu’s, e desde a sua morte que a mãe dele passou a sempre dormir agarrada a uma de suas camisas. Antes de dormir ela coloca sempre um pouco da colônia que o filho gostava. “Só consigo dormir sentindo o cheirinho do meu filho e abraçada a uma das camisas dele”, disse ela.
Em 2014 a Blosson tirou o perfume Sport Liu’s de linha, mas Dona Doroteia não soube disso, pois havia comprado, no ano anterior, três colônias, ou seja, ela tinha estoque para mais alguns anos.
Recentemente, com a iminência de secar o frasco do último dos três perfumes, ela procurou novas unidades para comprá-la e não mais as encontrou no mercado.
A artesã ficou desesperada e fez uma postagem nas redes sociais, pedindo ajuda. Muita gente ficou sensibilizada com a situação e a jovem patoense Aretusa Delfino enviou um e-mail para a Blosson, contando a situação. O e-mail chegou ao conhecimento da gerente da empresa, de nome Edlamara Silva, que passou a tentar encontrar uma unidade do perfume nos estoques da empresa.
A professora patoense Zoriane Delfino passou a divulgar insistentemente a situação dessa mãe de São Mamede nas redes sociais, até que a notícia acabou chegando ao conhecimento do proprietário da Blosson, Francisco Castro, residente em Juazeiro do Norte-CE. Ele ficou sensibilizado e entrou em contato dizendo que no estoque da empresa em Iguatu, também no Ceará, ainda se encontrava três unidades do perfume Sport Liu’s.
Francisco Castro foi até a Iguatu, mas constatou que as três colônias haviam sido levadas pela vigilância sanitária, pois já estavam vencidas.
Ele então passou a fazer contatos com revendedores e clientes e conseguiu encontrar três unidade do perfume e, surpreendentemente, ele mesmo veio deixá-los na residência da artesã em São Mamede, na sexta-feira, 10. “Foi um anjo na minha vida e me trouxe três tesouros”, agradeceu Dona Doroteia, feliz da vida.
A história de Dona Doroteia sensibilizou seus amigos e familiares, pois todos sabem que desde que o filho Juninho faleceu, há 13 anos, que a vida dela mudou e até hoje ela comenta sobre ele com um tom de muita tristeza e saudade. “Se alguém ainda tiver essa colônia em casa pode me ligar (83 – 98735-1075) que eu compro”, finalizou a sofrida mãe.
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