Dona Terezinha com a filha Bruna Rafaela; e com o filho Messias, morto por engano pela polícia do Ceará.
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Fabrícia Salviano era noiva de Messias. Os dois namoravam há 15 anos.

Na Rua Professora Cristina Lima, 350, próximo à Unidade de Saúde Solon Medeiros, no Bairro do Salgadinho, em Patos, vive a dona de casa aposentada Terezinha Guedes Oliveira, evangélica, de 60 anos; e seu marido Onaldo de Sousa Oliveira, agricultor, de 68 anos.

O casal, que vivia com três dos seus sete filhos, agora vive com dois filhos, pois Messias Guedes Oliveira, de 35 anos, competidor de sinuca, foi morto a tiros após o veículo em que ele estava, com mais três amigos, ter sido confundido com o de criminosos em uma abordagem da polícia no município de Campo Sales, no Ceará, na quinta-feira, dois de agosto. Os tacos de sinuca, que estavam na parte de trás do carro, foram confundidos com armas, e a polícia atirou no veículo. Messias faleceu no local. Seus amigos não sofreram danos graves.

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Dona Terezinha com a filha Bruna. “Estamos sem chão”, disse.

Ele estava acompanhado dos amigos Gutiele, que dirigia o carro; Wendel e Josean, e viajavam para São Luís do Maranhão, onde participariam de um campeonato de sinuca. Tudo aconteceu porque o frentista de um posto confundiu os tacos de sinuca com armas e ligou para a polícia, que foi a procura dos supostos “bandidos” e atirou no veículo.

O fato repercutiu em todo o país, principalmente na Paraíba e no Ceará, e uma investigação foi aberta pela Secretaria de Segurança do Estado do Ceará. O resultado ainda não foi concluído.

Dona Terezinha Guedes e sua filha Bruna Rafaela, assim como os demais membros da família, estão sem chão, um clima de tristeza tomou de conta da família, que até agora não se movimentou no sentido de procurar a Justiça. “Meu filho não volta mais, sei que isso não pode ficar impune e que algo precisa ser feito, mas eu não tenho nem chão, estou num estado de constante tristeza”, disse dona Terezinha.

Dona Terezinha preserva com carinho todos os pertences do filho e diz que não consegue nem ver a noiva do filha, pois desaba em lágrimas. A noiva, a comerciária Fabrícia Salviano, mora na mesma rua dela, e também vive um momento de grande tristeza. Eles namoravam há 15 anos.

Messias era conhecido pela habilidade em jogar sinuca e participava de competições por todo o Nordeste.

O policial reformado e vereador em Passagem, Gutemberg Gomes de Araújo, pai de Gutiele, motorista do veículo alvejado, disse que já acionou um escritório de advocacia para que entrem com uma ação contra o Governo do Estado do Ceará. “Isso não pode ficar impune. Messias era amigo nosso, muito amigo do meu filho e nós vamos entrar na justiça e estamos dispostos a ajudar sempre dona Terezinha e a família dela neste momento de dor”, disse Gutemberg.

 

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

 

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