"Então foi autorizado que eu repassasse para a minha conta para que eu ficasse fazendo a movimentação”, afirmou o presidente (Foto: Reprodução)
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Logo após a deflagração da Operação Belerofonte para investigar indícios de crimes na Associação de Deficientes e Familiares (Asdef), o presidente, Francisco Izidoro, admitiu ter usado sua conta pessoal para guardar dinheiro da associação. Em entrevista na manhã desta quarta-feira (19) à TV Correio da Paraíba, Francisco Izidoro disse que fazia transferências da conta da associação para sua conta pessoal para evitar que o dinheiro fosse bloqueado pela Justiça Trabalhista.

O prejuízo aos órgãos públicos e às pessoas com necessidades especiais ultrapassam os R$ 3 milhões.

Na entrevista, Francisco Izidoro relatou que entre 2009 e 2015 a Asdef gerenciou um contrato em Pernambuco que teria dado prejuízo e resultado em várias ações trabalhistas. Como estas ações já estariam em fase de execução, a Justiça Trabalhista estaria executando bloqueios na conta das Asdef para garantir os pagamentos. “De forma que o dinheiro, quando caía na conta da Asdef, sempre havia um bloqueio judicial e acabava levando o dinheiro e a gente não tinha como honrar os compromissos que a gente tem aqui”, explicou o presidente da Asdef.

Ele ainda afirmou que “a diretoria sabe disso e autorizou que quando o dinheiro entrasse na conta, a gente fizesse logo os pagamentos urgentes que tinha que fazer e o restante a gente retirasse da conta. Só que a gente não ia tirar dinheiro da conta em espécie. Então foi autorizado que eu repassasse para a minha conta para que eu ficasse fazendo a movimentação”.

O delegado Allan Murilo Terruel declarou que a Justiça deve se pronunciar ainda sobre a existência ou não de crimes, mas adiantou que “da nossa parte, o que a gente pode dizer, é que há indícios de evidências de alguns crimes que já estão documentados. A Justiça só expediu esse mandado de busca e a quebra de sigilo porque tem informações suficientes pra isso”.

Na manhã de hoje foram cumpridos três mandados de busca e apreensão na sede da Asdef e nas residências do presidente e da tesoureira da associação. De acordo com as investigações, uma auditoria da gerência de controle do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) identificou irregularidades em documentações fiscais e trabalhistas durante a execução de contratos da Asdef.

Click PB

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