Foto: arquivo
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Oito incêndios foram registrados no lixão da cidade de Patos durante o segundo semestre de 2017 até este mês de setembro. De acordo com o comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM), tenente-coronel Saulo Laurentino, há suspeitas de que as causas possam ser criminosas devido à frequência dos registros.

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No segundo registro deste ano, o Corpo de Bombeiros informou que cerca de 15% do local foi destruído pelo fogo — Foto: Totó Moreira/Secretaria de Serviços Urbanos/Arquivo

Segundo o comandante, só no segundo semestre do ano passado foram registrados seis incêndios. Um deles, de grandes proporções, consumiu 50% do lixão em 20 horas de fogo nos dias 28 e 29 de agosto. Neste foram encontrados pelo menos três focos de incêndio no local, apontando que o fogo poderia ter sido provocado de forma criminosa. “Se fosse algo natural ou acidental, era mais provável que encontrássemos apenas um foco de incêndio e não três”, disse à época o tenente Marcílio, do 4º BBM.

Na manhã desta segunda-feira (17), o coordenador de comunicação da Prefeitura de Patos, Misael Nóbrega, informou ao G1 que as suspeitas de que os incêndios no lixão tenham sido causados de forma criminosa existem porque os casos são sempre registrados em uma mesma hora, aos fins de semana. “Os incêndios geralmente começam durante a madrugada, em um período frio do local. A prefeitura colocou um vigilante na área, mas apenas durante o dia porque, como não existe nenhuma guarita, é impossível ficar à noite”, afirmou.

Ainda no ano passado, outro incêndio no mesmo lixão foi controlado após 18 horas. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o incêndio – que começou na noite do dia 26 de novembro – só foi controlado na tarde do dia 27. Na época, não havia informações de como teria começado e a corporação destacou que no local havia muito material inflamável.

Dois incêndios registrados no lixão este ano

De acordo com o comandante Saulo Laurentino, este ano foram registrados dois incêndios no lixão de Patos. O local foi atingido pelo fogo nos dias 1º e 14 de setembro. No segundo registro, o tenente-coronel informou que cerca de 15% do local foi destruído pelo fogo.

O secretário de Serviços Urbanos, Totó Moreira, disse que a primeira medida do Corpo de Bombeiros foi conter o fogo em um dos blocos do lixão, para que o incêndio não tomasse maior proporção e destacou que essa não havia sido a primeira vez que o local foi tomado pelas chamas e que as causas seriam investigadas.

Suspeitas de que causas sejam criminosas

Segundo o tenente-coronel Saulo, há suspeitas de que os incêndios tenham sido causados de forma criminosa. “Há facções criminosas na região do lixão que nos levam a crer que esses registros frequentes não sejam causados naturalmente. Sempre são realizadas as perícias no local, mas nunca conseguimos determinar uma possível causa, porque todo elemento como acelerador de combustão fica imperceptível ao se misturar com o resto do lixo”, explica o comandante do 4º BBM.

Saulo Laurentino diz ainda que os incêndios, que atingem constantemente o lixão, acontecem sempre de forma discreta e lenta. “Nessa época, durante os últimos quatro meses do ano, fica ainda mais difícil de descobrirmos as causas, porque nesse período a umidade relativa do ar cai bastante e a temperatura sobe, facilitando a maior propagação do fogo que, consequentemente, dificulta as investigações”, afirma o comandante.

G1 PB

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