Destruição em Carita, após tsunami na Indonésia.
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Corpos de vítimas recuperados ao longo da praia de Carita na Indonésia — Foto: AFP Photo

Um tsunami atingiu as ilhas de Sumatra e Java na noite de sábado (22) e deixou 222 mortos e 843 feridos, de acordo com o último balanço divulgado pela Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB) da Indonésia. Até o momento, não há registro de vítimas estrangeiras.

O fenômeno não foi precedido por um terremoto, o que normalmente dá às autoridades tempo para transmitir um alerta e preparar a população. As ondas gigantes teriam sido provocadas por deslizamentos subaquáticos causados por erupções do vulcão Anak Krakatoa.

“O número de vítimas pode aumentar, pois não nos chegaram informações de todas as áreas afetadas”, afirmou em comunicado o porta-voz da BNPB, Sutopo Purwo Nugroho. O Itamaraty informou ao G1 que está monitorando a situação, mas não tem notícias de brasileiros na região.

Ao menos duas ondas gigantes devastaram boa parte das regiões de Serang, Pandeglang, South Lampung e Tanggamus, no estreito de Sunda. De acordo com testemunhas, a segunda onda foi muito maior e mais forte do que a primeira.

Destruição em Carita, Indonésia — Foto: AP Photo

A região turística de Pandenglang, a cerca de 100 km de Jacarta, foi a mais afetada e já registra 33 mortes e 491 feridos. Centenas de casas e hotéis ficaram muitos danificados. A região concentra as praias mais procuradas pelos visitantes como Tanjung Lesung, Sumur, Teluk Lada, Penimbang e Carita.

O último balanço indica a destruição de 556 casas, nove hotéis, 60 barracas de comida e 350 barcos.

O tsunami surpreendeu os habitantes. Na praia de Tanjung Lesung, uma forte onda atingiu com força um palco onde acontecia um show e arrastou a estrutura contra o público. Alguns integrantes do grupo “Seventeen”, que fazia o show, e parte dos espectadores morreram.

Em Anyer, cidade litorânea de Java situada a 100 km a oeste de Jacarta, não houve forma de avisar a população porque não tinham sistema de alarme de tsunami originado por atividade vulcânica. “O sistema de alarme que temos serve para atividade tectônica mais do que vulcânica”, disse Rahmat Triyono, especialista da Agência Meteorológica, Climatológica e Geofísica da Indonésia (BMKG, sigla em indonésio).

Especialistas da Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica e a Agência de Geologia da Indonésia estão tentando determinar com exatidão o que ocorreu já que o tsunami não foi precedido de um terremoto, como geralmente acontece.

As autoridades indicam que houve um deslizamento de terra provocado pela erupção do vulcão Krakatoa sob a água no Estreito de Sunda, que divide as ilhas de Java e Sumatra. Esse incidente provocou a formação das ondas devastadoras.

Anel de Fogo do Pacífico

A Indonésia, um arquipélago de 17 mil ilhas, está em uma das regiões mais propensas a tremores e atividade vulcânica do mundo: o Círculo de Fogo do Pacífico. Cerca de 7 mil tremores atingem essa área por ano, em sua maioria de magnitude moderada.

A região, de cerca de 40 mil km de extensão, tem formato de ferradura e circunda a bacia do Pacífico, abrangendo toda a costa do continente americano, além de Japão, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia e ilhas do Pacífico Sul.

No dia 28 de setembro, um terremoto de magnitude 7,5 na região central da ilha de Célebes desencadeou um tsunami que deixou mais de 2 mil mortos e mais de 200 mil desalojados, a maioria na cidade de Palu e em seus arredores.
Entre julho e agosto, uma série de tremores na ilha de Lombok, perto da ilha de Bali, deixou 564 mortos e mais de 400 mil deslocados.

Em 2004, um tremor de magnitude 9,1, perto da costa noroeste da ilha de Sumatra, gerou um tsunami que matou 230 mil pessoas em 14 países no Oceano Índico.

 

G1

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