Em Fortaleza, criminosos atacaram ônibus e tentaram destruir um viaduto
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Bandidos voltaram a cometer ataques contra equipamentos públicos e veículos nesta quinta-feira (10) no Ceará. Durante a madrugada, homens queimaram um ônibus e cinco carros em uma oficina na cidade de Forquilha. Em Fortaleza, explodiram uma bomba em um viaduto e atacaram um centro de assistência social. À tarde, criminosos incendiaram um ônibus no Bairro Siqueira, na capital. A violência chegou ao 9º dia seguido, com 183 ações criminosas em 43 dos 184 municípios cearenses.

O estado vive uma onda de ataques desde o dia 2 de janeiro, quando criminosos incendiaram ônibus, transportes escolares, veículos de prefeituras, prédios públicos e comércios na capital e no interior. A onda de violência é uma represália à ação do governo de aumentar o rigor na fiscalização das unidades prisionais e acabar com divisão dos presos por facções nos presídios.

O governador Camilo Santana (PT) informou que chefes de facções criminosas que estavam presos no Ceará foram transferidos para presídios federais. Santana também comunicou que 287 suspeitos foram capturados por envolvimento nos ataques.

Entenda o que está acontecendo no Ceará
O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.

O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.

Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior ao longo da semana.

O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.

A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções frequentes no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.

Onda de violência no Ceará afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair de 85% para 65%.

9º dia de ataques

Na madrugada desta quinta-feira, por volta das 0h40, criminosos detonaram explosivos na estrutura de um viaduto. A ação deixou buracos na parte inferior da estrutura do equipamento. A explosão foi ouvida por moradores de bairros vizinhos, conforme a polícia.

Logo após o crime, a Força Nacional e o esquadrão antibombas da Polícia Militar foram acionados para reforçar a segurança no local. Uma equipe de engenheiros da Prefeitura de Fortaleza foi chamada para ir ao local e analisa a estrutura do viaduto no Bairro Parangaba. A área foi isolada pela polícia e uma estação do Metrô de Fortaleza ficou fechada no início da manhã.

Conforme a polícia, o esquadrão antibombas já havia apreendido um material explosivo na estação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na quarta-feira (10). O VLT fica próximo ao viaduto onde a bomba foi detonada.

Outro grupo de criminosos atacou o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) no Bairro Conjunto Palmeiras, na capital. Conforme a polícia, os suspeitos chegaram à sede do Cras por volta de 0h20. Eles atearam fogo em cadeiras e roubaram objetos do local, como micro-ondas, ventilador e caixa de som. O equipamento presta serviços para a população de áreas de vulnerabilidade e risco social.

Já na cidade de Forquilha, na Região Norte do Ceará, três homens encapuzados atearam fogo em um ônibus e cinco carros que estavam em uma oficina da Secretaria de Infraestrutura de Forquilha durante a madrugada. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os suspeitos pularam o muro e colocaram fogo nos veículos que estavam no local. Os veículos ficaram destruídos.

Ônibus incendiado

Na noite de quarta-feira, criminosos incendiaram um ônibus do transporte público no Bairro Jardim Fluminense, em Fortaleza. O coletivo estava no fim da linha, estacionado em frente a uma escola municipal, quando os suspeitos mandaram os ocupantes sair do veículo.

Os criminosos jogaram combustível no veículo e atearam fogo. Ninguém ficou ferido.

Motivação dos ataques

Os atentados começaram após uma fala do novo titular da Secretaria de Administração Penitenciária do estado, Luís Mauro Albuquerque, que afirmou que iria acabar a entrada de celulares nos presídios e encerrar a divisão de presos nas detenções conforme a facção criminosa a que pertencem.

O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou que a nomeação do novo gestor das unidades prisionais motivou o início dos ataques. Em pichações em prédios públicos e residências, os criminosos pedem a saída de Mauro Albuquerque. “A criminalidade já conhecia o trabalho dele”, afirmou André Costa.

Em entrevista à GloboNews, o governador Camilo Santana comunicou que o estado “se preparou para o onda criminosa” e garantiu que será “duro” com a criminalidade dentro e fora dos presídios. O chefe do executivo comentou durante a entrevista que o momento difícil que o estado passa, devido à série de atentados, é “necessário” para garantir a segurança no futuro.

 

G1 CE

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