Bandeira com as cores do Flamengo no enterro do goleiro Christian Esmério, no Rio — Foto: Fernanda Rouvenat/ G1
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O corpo de Christian Esmério, de 15 anos, uma das 10 vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, foi enterrado nesse domingo (10) no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. A camisa e bandeira do Flamengo, além de uma foto do jogador, foram colocadas sobre o caixão, assim como troféus da carreira do atleta.

O cortejo foi marcado por canções religiosas e o hino do Flamengo. Christian era goleiro e uma das principais promessas do Flamengo. O jovem acumulava convocações para as categorias de base da seleção brasileira. No fim do ano, postou uma foto com o técnico Tite.

O adolescente morava em Turiaçu, também na Zona Norte do Rio, e jogava no Flamengo desde os 12 anos. “Todo mundo já sabia que ele ia chegar no sonho dele”, disse Cauã da Silva, amigo da escola.

Um ônibus com amigos e familiares foi até o cemitério prestar as últimas homenagens. Muitos vestiam a camisa do Flamengo. A mãe do atleta precisou ser amparada.

Segundo o tio de Christian, Alan Silva, o rapaz preferiu ficar no alojamento, mesmo estando de folga, porque seria aniversário de Arthur Vinícius e não queria deixá-lo sozinho, porque a família morava em Volta Redonda e não estaria com ele.
“Ele não voltou porque no outro dia era o aniversário do rapaz de Volta Redonda e ele estava sozinho. Quando era assim, eu pegava, a gente sempre pegava. Por isso que ele não desceu. O garoto não tinha ninguém, por isso ele não foi para casa”, afirmou o tio.

O jogador Arthur Vinícius, que completaria 15 anos no sábado (9), foi a primeira vítima da tragédia a ser sepultada, em Volta Redonda. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e Samuca Silva, prefeito de Volta Redonda, estiverem presentes no velório.

“O Christian era uma pessoa fenomenal. Ele tinha o sonho dele de tirar o pai e a mãe da favela, de chegar à seleção brasileira”, relembrou Alan.

O tio destacou ainda que, uma vez, o jogador pediu que ele o levasse até o Ninho do Urubu, mas o carro dele estava com problemas em seu carro e disse que não podia. Christian então falou, segundo o tio: “‘Calma que esse problema vai acabar’. Esse era o Christian. Até ele chegar onde chegou foi muita caminhada. Acordava às 4h da manhã, pegava BRT, meu irmão com muito custo conseguiu colocar ele no Ninho”.

Alan Silva destacou que o futebol brasileiro perdeu um grande talento. “A gente só tem a agradecer. Meu sobrinho foi muito feliz no Ninho. A carreira dele alavancou, mas, infelizmente aconteceu uma tragédia. Perdemos um grande jogador, um grande guerreiro”, completou.

 

G1

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