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Câmeras de segurança registraram o acidente de helicóptero que matou o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci, na segunda-feira (11), na Rodovia Anhanguera, em São Paulo.

O vídeo, fornecido pela Polícia Civil, mostra a aeronave perdendo força e descendo (assista abaixo).

O helicóptero passa entre dois viadutos do Rodoanel Mário Covas, que ficam sobre a Rodovia Anhanguera. O caminhão que bateu na aeronave também aparece nas imagens, na alça de acesso do Rodoanel para a Anhanguera, mas a colisão não foi registrada. Em seguida, uma fumaça preta aparece no canto esquerdo do vídeo.

Segundo o delegado Luiz Hellmeister, titular do 46º Distrito Policial (DP), em Perus, as imagens e os depoimentos demonstram que a colisão que matou o jornalista e o piloto foi uma “fatalidade”. “O helicóptero teve alguma pane e tentou o pouso de emergência”, disse.

“A imagem mostra o helicóptero taxiando, perdendo altitude, balançando, e descendo entre os viadutos. A cena não mostra, mas os esquis da aeronave pegam na parte superior do caminhão e ocorre a colisão, que depois fez o aparelho pegar fogo e matar o jornalista e o piloto. Foi uma fatalidade”, afirmou o delegado. O caso foi registrado como desastre aéreo e morte acidental.

O vídeo foi gravado por uma câmera de segurança da CCR Rodoanel, concessionária responsável pelo Rodoanel, e foi entregue nesta tarde à investigação, que apura as causas e eventuais responsabilidades pelo acidente com mortes. O delegado vai enviar as imagens para a perícia do Instituto de Criminalística (IC) analisar.

Investigação
A Polícia Civil já ouviu quatro testemunhas: dois policiais militares que atenderam a ocorrência, uma mulher que presenciou o acidente e o motorista do caminhão. O G1 teve acesso aos depoimentos das duas últimas.

Segundo o delegado Alexandre Marcos Kerckhof Cardoso e Silva, também do 46º DP, o depoimento de Leiliane Rafael da Silva, que estava na garupa da moto do marido perto do local do acidente, foi esclarecedor e o mais importante até o momento.

Ricardo Boechat dedicou quase 50 anos de sua vida ao jornalismo

A reportagem apurou que Leiliane disse à polícia que “por volta das 11h50 passava pelo km 22 da Rodovia Anhanguera sentido Interior já tendo passado o posto da Autoban que existia no local, quando observou um helicóptero amarelo já voando baixo, aparentando que iria pousar em baixo do viaduto.”

“Que imediatamente o helicóptero chocou-se contra uma carreta que trafegava pelo local, sendo que o helicóptero rodou e já caiu no chão (…)”, informa o depoimento da mulher.

O motorista do caminhão, João Adroaldo Tomanckeves, por sua vez, disse que só soube que foi um helicóptero que bateu em seu caminhão “pelas pessoas que o auxiliaram a sair da cabine”, segundo o depoimento.

Agora, a polícia quer ouvir os fabricantes do helicóptero e das turbinas da aeronave. “Além das questões técnicas específicas da aeronave, queremos saber do representante do helicóptero por que transportava passageiro, sendo que a autorização era só para equipamentos”, disse o delegado Cardoso e Silva.

Também será ouvido pela polícia um representante do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que esteve no local do acidente.

Segundo o delegado, as causas do acidente serão esclarecidas após a conclusão dos laudos periciais do Cenipa e do Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Técnico-Científica. “Geralmente um acidente aéreo ocorre por uma contribuição de fatores. Esses laudos irão apontar quais foram.”

Veja o vídeo:

 

 

Kleber Tomaz – G1

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