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O cantor e compositor Lobão está desolado. Segundo ele, em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta sexta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) “não tem a menor capacidade intelectual e emocional para poder gerir o Brasil. Isso está muito claro para mim e fico muito triste. É óbvio que o governo vai ruir”.

Para Lobão, o candidato que apoiou oficialmente em setembro do ano passado, converteu-se num presidente que “confia apenas nos filhos”, está “ilhado” e faz um governo que é “um desastre”.

Segundo ele, o principal culpado pela derrocada do governo é Olavo de Carvalho, o escritor e guru de Bolsonaro. “É óbvio que o Olavo vai acabar com esse governo, porque ele é uma pessoa muito autodestrutiva. Olavo é um sociopata. Não tem empatia por ninguém. É um ególatra”, diz.

“Se você fizer uma pesquisa de campo com os que votaram no Bolsonaro, 90% das pessoas estão decepcionadas. E não podia ser de outra maneira, porque isso está uma novela mexicana de quinta categoria, um melodrama horroroso e brega”, diz.

Sobre o presidente, o cantor afirma ainda que “ele não pode ficar reinando no Palácio do Planalto, onde todo mundo diz que o Bolsonaro anda de bermuda e camisa falsificada de futebol, achando que o Twitter é o Brasil”.

Lobão diz ainda que a tendência, em sua opinião, é “todo mundo ter saudade do Lula”, e que a esquerda, “astuta como é”, capitalizará. “O Psol, o Ciro Gomes, o Lula, se sair da prisão melhor ainda para eles. É pouco provável que a situação volte a se reeleger. Bom, resta saber se o governo vai sobreviver a este ano ainda. Não vejo como o governo vai se sustentar até o fim do ano. É um desastre o que está acontecendo, sem alarmismo”.

Ao qualificar os estudantes presentes à greve da educação de “massa de manobra” e “idiotas úteis”, Bolsonaro demonstrou soberba e burrice, opina. “Você está pegando no vespeiro, no âmago dos seus inimigos figadais, os estudantes de todo o Brasil, os professores, os reitores. Vai brigar com isso? Para quê? Você não quer votar na reforma da Previdência? Para que criar um barulho agora?”, questiona.

Além da educação, Lobão reclama dos problemas na área da cultura, que perdeu o status de ministério e foi abrigado pela pasta da Cidadania. “O ministro Osmar Terra, quando veio falar comigo, muito singelamente me confessou: ‘Lobão, sou médico e de cultura só toco berimbau, não entendo nada’. Fechou a conversa, né?”

 

Revista Fórum

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