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Um belo meteoro foi registrado por uma estação da BRAMON (Rede Brasileira de Observação de Meteoros) em João Pessoa no início da noite do dia 19. Outras 4 câmeras do Clima ao Vivo, um portal de informações meteorológicas, também registram o fenômeno a partir das cidades de Araripina, Cabrobó e Ouricuri em Pernambuco, e Juazeiro do Norte, no Ceará. A partir da triangulação das imagens, a BRAMON calculou a trajetória do meteoro e concluiu que ele ocorreu sobre o Estado do Rio Grande do Norte.
mapa001De acordo com os cálculos, ele surgiu no céu a 91,2 Km de altitude próximo a Cerro Corá e se deslocou a cerca de 20 Km/s (72 mil Km/h) em direção a sudoeste, até desaparecer a cerca de 39,6 Km de altitude acima da cidade de Cruzeta.
O fenômeno que durou pouco mais de 4 segundos foi gerado por um fragmento de rocha espacial de cerca de 1,5 Kg que, ao atingir a atmosfera em altíssima velocidade, aquece os gases ao seu redor e isso ger o fenômeno luminoso que é chamado de meteoro. A resistência atmosférica e o calor gerado geralmente desintegram completamente essa rocha. Apenas em alguns casos, o fragmento resiste à passagem atmosférica e chega a atingir o solo. Mas no caso dessa noite, as análises da BRAMON indicam que o objeto foi consumido totalmente.

Nesse ano, durante o final de Junho e início de Julho, a Terra atravessa por uma região do espaço repleta de grandes fragmentos, restos de um cometa que se partiu há cerca de 20 mil anos. Por isso, os astrônomos estão atentos para a aparição de grandes meteoros. Existe uma suspeita que um desses fragmentos atingiu a Terra no dia 30 de junho de 1908 na região de Tunguska, na Sibéria. Esse evento foi tão violento que devastou completamente uma área mais de 2.000 Km² de floresta, por sorte não deixou nenhuma vítima humana, já que aquela região é bastante desabitada.
O receio de que algo assim volte a ocorrer e que não tenhamos tanta sorte como em 1908, levou um grupo de cientistas, liderado por Brian May (o guitarrista do Queen que também é astrofísico) a criar um movimento global chamado “Asteroid Day”, que ocorre anualmente no mesmo dia do evento de Tunguska, 30 de junho. Neste dia, diversos eventos ao redor do mundo tentam alertar a população e as autoridades sobre o risco que o impacto de um asteroide pode trazer para a Terra, e discute ações que podem ser tomadas para evitar que isso ocorra ou minimizar os danos que isso poderia causar.

A BRAMON, tradicionalmente é uma das instituições que realiza essas atividades em várias cidades do Brasil.

Vídeo:
Marcelo Zurita – (83) 99926-1152
APA – Associação Paraibana de Astronomia
BRAMON – Rede Brasileira de Observação de Meteoros
SAB – Sociedade Astronômica Brasileira
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