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Em novas conversas divulgadas hoje pelo site “The Intercept Brasil”, procuradores do Ministério Público Federal criticavam o então juiz Sergio Moro às vésperas do convite para assumir o Ministério da Justiça.

Preocupados com a entrada de Moro na política, que poderia prejudicar a credibilidade da Lava Jato, os procuradores criticavam violações éticas de Moro.

Em um diálogo de 1º de novembro, momentos antes da confirmação da ida de Moro ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), a procuradora Monique Cheker escreveu em um grupo intitulado BD. “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”, escreveu.

O temor pela perda de credibilidade da Lava Jato com a ida de Moro para a política tomou conta das conversas do grupo Filhos do Januario 3. Segundo as conversas reveladas, um dia antes do anúncio oficial, a procuradora Jerusa Viercili, da força-tarefa em Curitiba, escreveu: “Acho péssimo. Só dá ênfase às alegações de parcialidade e partidarismo”.

Outra procuradora da força-tarefa, Laura Tessler, que foi criticada por Moro em mensagens vazadas anteriormente, concordou com Viercili e disse que Moro não deveria aceitar o cargo no Ministério da Justiça.

“Também acho péssimo. Ministério da Justiça nem pensar. Além de ele não ter poder para fazer mudanças positivas, vai queimar a Lava Jato. Já tem gente falando que isso mostraria a parcialidade dele ao julgar o PT. E o discurso vai pegar. Péssimo. E ‘Bozo’ é muito malvisto? Se juntar a ele vai queimar o Moro”, escreveu.

Após a confirmação de Moro como ministro da Justiça, no dia 1º de novembro, a procuradora Monique Cheker questionou a decisão.

“Diferente se fosse ao STF direto. Seria perfeito. Políticos precisam obedecer a prazos de ‘desincompatibilidade’. Por que não os juízes e membros do Ministério Público? O distanciamento é importante numa república. Não basta ser honesto, tem que parecer honesto. Enfim”, escreveu.

“E a ‘escadinha’ disso tudo foi terrível: Moro ajudou a derrubar a esquerda, sua esposa fez propaganda para Bolsonaro e ele agora assume um cargo político. Não podemos olhar isso e achar natural”, completou Cheker.

Outro lado

Segundo o site “The Intercept”, a força-tarefa da Lava Jato disse que “o trecho do material enviado não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo. Autoridades públicas foram alvo de ataque hacker criminoso, o que torna impossível aferir se houve edições no material alegadamente obtido. A Lava Jato é sustentada com base em provas robustas e em denúncias consistentes, analisadas e validadas por diferentes instâncias do Judiciário. Os integrantes da Força-Tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade”.

O site “The Intercept” diz ainda que a procuradora Monique Cheker disse que “não tem registro da mensagem enviada e, portanto, não reconhece a suposta manifestação”. “A procuradora ainda afirma que são públicas e notórias as incontáveis manifestações de apoio à operação Lava Jato e ao então juiz Sérgio Moro”, acrescentou sua assessoria..

 

UOL

 

 

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