Sucuri posa para foto durante passeio pelas águas do rio Formoso, em Bonito, MS — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo Pessoal
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Sucuri de aproximadamente sete metros foi flagrada quando passeava pelas águas do rio Formoso, em Bonito — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo Pessoal

O cinegrafista, fotógrafo e empresário do turismo Juca Ygarapé fez um registro inusitado nas águas transparentes do rio Formoso, em Bonito, no sudoeste de Mato Grosso do Sul, no domingo passado (28). Uma sucuri, com aproximadamente 7 metros, posou para foto e até lambeu a lente da câmera.

A foto foi feita a cerca de 4 metros de profundidade, quando Juca e o também cinegrafista e fotógrafo Cristian Dimitrius, faziam a captação de imagens para um documentário sobre a vida selvagem e as belezas naturais da região.

“É um animal super dócil. Super tranquilo e muito curioso, tanto que não aproximamos a câmera dela para fazer a foto. Foi ela que chegou mais perto e até lambeu a lente da câmera, de tão mansa que era”, conta o fotógrafo.

Juca diz que esse comportamento da sucuri derruba o mito de que se trata de um animal perigoso e violento, que pode colocar em risco a vida das pessoas. “Aqui houve uma vez em que um rapaz foi mordido, mas porque ele foi mexer com a cobra, que estava quieta no canto dela”, defendeu.

Ele explicou ainda que após mais de 15 anos observando a vida selvagem em Bonito e acompanhando inúmeras equipes de reportagem, inclusive, de veículos internacionais, como a BBC, da Inglaterra, e a Discovery, já identificou que esse é o período ideal para acompanhar as sucuris.

Fotógrafo diz que sucuri se aproximou dele e lambeu a lente da câmera no rio Formoso, em Bonito — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo Pessoal

“É um momento em que acordam da hibernação, se alimentam e depois voltam a hibernar por vários meses. Então é muito comum encontrá-las nadando nos rios ou saindo à beira da água para tomar sol”, explica o cinegrafista e fotógrafo que se prepara para uma expedição ao Pantanal, para registrar onças e peixes.

O tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental (PMA), Ednilson Paulino Queiroz, que é biólogo de formação e doutor em ecologia, destacou que o comportamento da dupla de cinegrafistas foi o correto no encontro com a sucuri.

“Qualquer animal da nossa fauna só ataca se estiver acuado ou em situação de fome. Mas em um ambiente equilibrado como em Bonito, não existe essa necessidade, então ele sempre vai procurar economizar energia. Não existe nenhum animal da nossa fauna que encare o ser humano como presa e tem mais, a sucuri só vai pegar algo que consiga engolir. Eles fizeram o certo. Tem que evitar se aproximar e a deixaram seguir o curso dela”, analisou.

Polo de ecoturismo

Rios de águas transparentes, cachoeiras, grutas e cavernas, fauna e flora exuberantes, com centenas de espécies de aves, mamíferos e répteis ocupando uma vegetação que mistura o Cerrado com a Mata Atlântica. Essas são algumas das atrações de Bonito, a 300 quilômetros de Campo Grande.

Polo do ecoturismo no Brasil, Bonito conta com cerca de 40 atrativos que possibilitam aos visitantes várias opções de atividades. Os interessados em contemplar as belezas da região podem, por exemplo, visitar as grutas e tomar banho em cachoeiras e rios de águas cristalinas.

Já os amantes da aventura podem percorrer trilhas no solo ou circuitos nas árvores, descer trechos dos rios fazendo flutuação ou em botes, boias, pranchas ou caiaques infláveis, ou ainda passear de quadriciclo, a cavalo ou de bicicleta. Para os mais radicais também não faltam opções, como o rapel e os mergulhos em rios e lagoas.

Os atrativos de contemplação, de aventura e de esportes radicais são todos em propriedades particulares, com exceção da gruta do Lago Azul e do Balneário Municipal, que são administrados pela prefeitura. Eles estão localizados a distâncias que variam de 7 a 55 quilômetros da cidade e o acesso é feito por estradas não pavimentadas, mas que estão em bom estado de conservação e são bem sinalizadas.

Na cidade, os visitantes podem conhecer mais sobre os peixes locais visitando o aquário, experimentar em bares e restaurantes pratos regionais feitos a partir da carne de peixe e de jacaré, entender o processo produtivo de uma aguardente que dá nome a um dos mais tradicionais bares da cidade e fazer a degustação de mais de 12 tipos de cachaça, além de levar para casa amostras da cultura regional nas lojas de venda de artesanato espalhadas pelo centro do município.

 

G1

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