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Há alguns anos atrás Gabriel Diniz aterrissava em João Pessoa e abraçava a capital paraibana como seu novo lar. O mato-grossense de nascença e paraibano de criação (com direito a título de cidadão paraibano pela Assembléia Legislativa) levou o nome do estado por todo o país. O Gabriel – agora paraibano -, e famoso por “conhecer a Jenifer no tinder”, ganhou renome nacional e logo virou um dos artistas mais cogitados para todas as festas.

No São João, mês posterior ao seu acidente e principal festa do nordeste, 36 shows lotavam a agenda do músico. De acordo com Francisco Diniz, pai do cantor, o cachê de Gabriel chegou a ser de R$ 120 mil por show, depois do sucesso da música chiclete Jenifer.

Francisco foi quem trouxe Gabriel para as terras nordestinas. Paraibano de nascença, o pai de GD é de Bonito de Santa Fé, cidade no interior do estado, mas foi criado em Campina Grande, onde ocorre o maior São João do Mundo, festa essa a qual Gabriel Diniz já era nome confirmado – e um dos mais esperados, arrisco em dizer.

Mas Gabriel Diniz não era só músico. Apesar de ter obtido notoriedade como cantor, acabou entrando no mundo do empreendedorismo depois. E não foi por ambição. Em entrevista ao Portal Ekonomy, o pai de Gabriel Diniz enfatizou que o cantor entrou em uma sociedade de uma barbearia na capital paraibana por afinidade com um dos sócios.

A barbearia, Bro Barbeer, é referência local e é um empreendimento familiar de Rodrigo e sua família. Gabriel, porém, por ter grande amizade com Rodrigo e o considerar como um irmão – como contou Francisco -, decidiu entrar de cabeça nesse projeto. “Ele gostava de inovação e a barbearia é bem diferente”, contou Francisco.

“Gabriel era um amigo, um irmão! Tínhamos uma amizade que começou dentro do nosso Box de CROSSFIT, e rapidamente se intensificou! Ele era um aluno e pouco a pouco se tornou um membro da família”, contou Rodrigo, amigo e um dos proprietários da barbearia.

A união nos negócios surgiu depois que GD, conversando com Rodrigo, disse que gostaria que colocassem algum negócio juntos. “Na época, estávamos com a obra da barbearia. Um projeto meu e dos meus irmãos. Foi aí que ele entrou. Se apaixonou pela proposta e pediu para fazer parte. E graças a Deus que deu certo, foi uma honra para nós”, explicou ele.

Como Francisco Diniz mesmo intitula GD, “ele era um visionário”. Com o apoio da família, a mãe de um lado administrando as finanças e o pai de outro fazendo a gestão de pessoal, Gabriel tinha tempo de focar em alavancar a carreira. Como nos contou o pai do músico, quando ele ligava e dizia “Mãe, deposite tanto dinheiro na conta de fulano”, a mãe nem perguntava para quê era, sabia que eram projetos. “Com relação a carreira, era ele que administrava e inventava todas as loucuras dele. A gente, nos bastidores, só pagava a conta”, ressaltou o pai.

Francisco também contou que o investimento que GD tinha em sua carreira era grande. “Quando pensávamos que tinha um serviço para fazer, tinha 70 mil de música que ele tinha comprado. Quando pensávamos que tinha terminado de pagar as músicas, tinha um clipe de 40 mil com num sei quem”, e completou, “Ele não parava de investir na carreira dele. Toda a criação, tudo, veio da cabeça dele. Até a parte de iluminação, o formato dos shows, as danças, tudo era da cabeça dele”.

Gabriel Diniz era pé no chão e generoso, como contou o pai. Ajudava todo mundo: uma hora era um asilo, outra hora uma igreja, outra uma criança que precisava de uma cirurgia ou de um remédio. Ele sempre se ligava nisso. Nunca deixou de ajudar as pessoas, fazia questão de ajudar”, expôs Francisco. Enfatizando sempre que Gabriel era um bom filho, Francisco fala, como pai e amigo, da pessoa GD. “Eu sempre falei pra minha esposa, até antes de o Gabriel falecer, que ele era uma pessoa extraordinária, tinha um coração enorme”.

Grab

O acolhimento e o apoio recebidos por Francisco e por toda a família de GD após a morte do cantor talvez amenizem um pouco da dor dos entes. Francisco desabafa que se sente um pouco frustrado pela perda no ápice da carreira do filho. “Ele trabalhou bastante, quando ele ia provar do sucesso completo, da coroação, foi embora. Ficou uma lacuna na nossa mente, no entendimento de que ele ainda tinha que fazer muita coisa, que crescer muito e gozar desses benefícios, dessa trabalheira dele toda”.

Gabriel, além dos hits como Jeniffer e Paraquedas, das parcerias com grandes cantores ou do jeito único de se vestir, será sempre lembrado também como um sonhador, não só pelo pai, mas por todos que conheceram o menino com ideias mirabolantes para a carreira.

Com a barbearia ou a marca de jeans, Francisco tenta prosseguir com os sonhos do filho, sempre lembrando do coração bom e dos ensinamentos que também aprendeu com ele.

“Eu pensava que meu pai era bom, mas o Gabi, eu e meu pai não amarramos nem a chinela dele de tão especial que ele é. Era um menino diferente, bondoso, gentil e isso é o que conta. A felicidade dele ter absorvido muitas coisas que eu passei para ele foi importante para mim, e ele absorveu com muito mais qualidade. Ele se superou e superou todas as minhas expectativas. Um filho extraordinário”, disse Francisco.

Gabriel Diniz estava organizando uma marca que levava seu nome. As calças jeans do GD. A marca era um plano do cantor em parceria com uma fábrica de jeans de Caruaru. Como todos conhecem, as calças de Gabriel tornavam seu look singular.

Agora, Francisco toma conta dos negócios barbearia, da marca de jeans que marca a identidade do artista e recebe o carinho dos (tantos) fãs e admiradores que Gabriel Diniz deixou.

Reportagem: Larissa Maia – Polemica Paraiba

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