Segundo o juiz Vinícius Costa Vidor, Renan Maracajá integrava organização criminosa — Foto: Divulgação/ Câmara Municipal de Campina Grande
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O vereador Renan Maracajá (PSDC) foi preso nesta quinta-feira (22) na segunda fase da Operação Famintos, em Campina Grande. Segundo o juiz da 4º Vara Federal, Vinícius Costa Vidor, o parlamentar está envolvido com empresas beneficiadas no esquema de desvio em verba de merenda que causou um prejuízo de R$ 2,3 milhões. Renan Maracajá foi o vereador mais votado nas últimas eleições, obtendo 4.977 votos. Veja abaixo os nomes dos envolvidos.

G1 tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa do vereador, mas as ligações não foram atendidas.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios e empresas dos investigados, além de oito mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária e três de prisão preventiva. Todos os mandados foram cumpridos na cidade de Campina Grande e as ordens foram expedidas pela Justiça Federal da cidade.

Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, na sede da Polícia Federal em Campina Grande, os responsáveis pela 2ª fase da operação informaram que dos oito mandados de prisão expedidos pela Justiça, sete deles foram cumpridos. Além do vereador Renan Maracajá, seis empresários foram presos e outro está foragido.

Alvos dos 5 mandados de prisão temporária

Roberto Alves Pinheiro
Lisecílio de Brito Júnior
André Nunes de Oliveira Lacet
Severino França de Macedo Neto
Edna Iara dos Santos
Alvos dos 3 mandados de prisão preventiva
Ângelo Felizardo do Nascimento
Renan Tarradt Maracajá
Pablo Allyson Leite Diniz

A primeira fase da Operação Famintos foi deflagrada no dia 24 de julho, com o cumprimento de 67 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos e nas residências, escritórios e empresas dos investigados, além de 17 mandados de prisão.

coletiva operacao famintos
Coletiva da 2ª fase da Operação Famintos com Bruno Galvão Paiva, do MPF, Vitor Soares e Raoni Aguiar, da PF, e Gabriel Wright, da CGU-PB — Foto: MPF/Assessoria

“Como as investigações na primeira fase da operação já revelaram que havia dois tipos de contratação de merenda escolar, a centralizada, que seria o fornecimento de alimentos para creches, e a descentralizada, que seria para as mais de 100 escolas municipais de Campina Grande, essa 2ª fase foi com foco nesse contratação descentralizada”, explicou Raoni Aguiar, lotado na inteligência da Polícia Federal na Paraíba.

Nesta segunda etapa, a operação tem como objetivo ampliar a desarticulação do núcleo empresarial da organização criminosa, responsável pela criação de “empresas de fachada”, utilizando-se de pessoas que tinham consciência de suas situações na condição de “laranjas”.

“Nessa 2 ª fase da operação, nós descobrimos que a organização criminosa, quando era pra fornecer merenda escolar pra essas mais de 100 escolas, ela se subdividiam e formavam cinco sub grupos, e foram justamente estes subgrupos que foram alvos da operação hoje, e alguns integrantes desses subgrupos já estão presos”, pontuou Raoni Aguiar.
Empresas de fachada
As empresas, então constituídas em nome de pessoas que não eram as reais proprietárias e administradoras, eram utilizadas pelos suspeitos para fraudar as licitações, conferindo um falso caráter competitivo aos processos licitatórios.

“Os que estavam soltos desde a 1ª fase da operação hoje foram alvos de mandados de busca e apreensão em suas casas e empresas, notadamente de fachada, ou empresas que funcionam regularmente, porém não têm contrato com a prefeitura e estavam sendo subcontratadas”, salientou Raoni.

Conforme o superintendente da CGU na Paraíba, Gabriel Aragão, existem vários grupos de empresas na cidade que estavam atuando de forma fraudulenta nas licitações. “Essa 2ª fase é o avanço da operação, que mostrou que várias empresas estavam formando um grupo que monopolizava a questão de contratações de merenda escolar”, destacou.

Ainda de acordo com o superintendente da CGU, os atos fraudulentos coloca a gestão pública como refém. “Isso tira a possibilidade de que outras empresas participem, tira a economia de participação e, além de causar a falta de merenda nas escolas, pode culminar no sobrepreço . Um ato que precisa ser combatido, precisamos ter concorrência que possa contratar livremente a iniciativa privada e ter os melhores preços e fornecimento correto”, declarou.

 

G1

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