Fotos: Arquivo Pessoal/Rayssa Rachel.
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Duas pessoas que têm em comum o hobby de treinar e cuidar de falcões e aves de rapina para a caça, na arte milenar conhecida como falcoaria, viram na atividade de lazer uma oportunidade de negócios e abriram em João Pessoa uma empresa com um foco diferente: usar as aves para o controle de pragas.

Neste sábado (5), é comemorado o Dia da Micro e Pequena Empresa. A Paraíba possui 169.651 pequenos negócios formalizados, segundo dados da Receita Federal, e um deles é a empresa criada pela administradora Rayssa Rachel e o veterinário Glenison Ferreira, que é a primeira da Paraíba a ser licenciada para o controle do pombo doméstico por meio de técnicas ecológicas que não oferecem riscos à saúde, sem venenos ou agrotóxicos.

De acordo com Rayssa, o negócio começou a tomar forma no ano de 2014. “A ideia surgiu do nosso hobby em comum. A gente sempre ia para encontros nacionais e víamos como outros falcoeiros atuavam em seus estados. Em um destes encontros, percebemos esse nicho de mercado por ser algo inovador, sustentável e com baixa concorrência aqui em João Pessoa”, explica.

O negócio foi sendo pensado e, em 2017, Rayssa precisou fazer um trabalho da faculdade para a disciplina de empreendedorismo que consistia em criar uma empresa. Com isso, ela elaborou todo o projeto da empresa, que passou a existir formalmente, com CNPJ, pouco tempo depois.

A empresa começou com o serviço de realização de cursos e palestras de falcoaria e educação ambiental, além da observação de pássaros. O objetivo era conscientizar a população sobre a função biológica das aves na natureza e no meio urbano.

“A ideia é atuar de forma educacional. Vamos para feiras, escolas, empresas, para falar de meio ambiente e apresentar nosso serviço além de educar a respeito do trabalho de conscientização da preservação do meio ambiente”, comenta a empreendedora.

Controle de pombos

Pouco tempo depois de formada, a empresa de Rayssa e Glenison começou a oferecer o serviço de controle de fauna para eliminar a presença de aves indesejadas no meio urbano. O foco principal é o controle do pombo doméstico, considerado uma praga.

“Este serviço é algo que tem que ser feito de uma forma muito minuciosa, uma vez que temos seres vivos nas duas pontas. De um lado, o gavião como predador, e do outro, o pombo como presa”, comenta Rayssa.

O trabalho do controle do pombo começa com uma visita da equipe da empresa ao cliente. Nesta visita, é feita uma análise técnica e das possibilidades de voo para as aves, além do contingente de pombos que existem no local.

“Os pombos são animais de rotina. Nós introduzimos o predador de maneira gradual e assim a gente desestabiliza a colônia de aves no local. A presença do gavião no ambiente da presa faz com que o local se torne inóspito para a habitação destes animais e eles acabam saindo dali”, diz Rayssa.

Para desempenhar a atividade, a empresa usa aves de rapinas treinadas com técnicas de falcoaria. A meta da empresa agora é desenvolver o mesmo trabalho com outra espécie.

“Já estamos estudando o projeto do uso da falcoaria para trabalhar com o controle de outra espécie que também já vem se tornando um problema nas cidades, que é o pardal”, completa a empresária.

G1 PB

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