William de Farias (Foto: Arquivo pessoal) e Edmo Tavares (Foto cedida).
Compartilhe!

As famílias dos policiais William da Silva de Farias, morto em Pernambuco, e Edmo Tavares, morto na divisa da Paraíba com o Rio Grande do Norte, relatam como está sendo o cotidiano após as perdas e, principalmente, a briga por Justiça. Duas tragédias que comoveram o estado da Paraíba nas últimas semanas podem até ter caído no esquecimento no cotidiano da população. Mas não para quem viveu as tragédias de perto e precisa recomeçar.

William da Silva de Farias, 25 anos, que foi confundido com um assaltante e morto por engano por outro Policial Militar dentro de um transporte alternativo, era paraibano e atuava em Alagoas. O jovem tinha acabado de conquistar o sonho de ser policial e teve os planos de crescer na profissão interrompidos.

Laercia Rafaela, 26 anos, era a única irmã do policial e agora, uma semana após a morte do PM e apesar de ainda sentir a dor do falecimento, o sentimento de perdão fala mais alto.

“A família está devastada tendo em vista que ele era jovem, muito querido por todos. Não é por ser meu irmão, mas de boa índole. Um bom neto, um bom pai, um bom irmão. Então, eu liberando ou não o perdão, não vai trazer o meu irmão (de volta). E ele (o autor dos disparos) também precisa seguir em frente com a vida dele. Eu quero que ele, se estiver vendo, saiba que a família do Farias perdoa ele”, relatou a irmã.

De acordo com o Batalhão Integrado Especializado de Policiamento (Biesp), um soldado da Polícia Militar de Caruaru, que mora em Campina Grande, foi quem atirou na vítima. O policial ainda socorreu o colega e se entregou ao Biesp, informando que confundiu William com um assaltante após este tentar ajeitar a arma de fogo que portava.

Dois dias depois da comoção com o caso do PM Farias, outra família também foi devastada. O Policial Militar Edmo Tavares, 36 anos, foi morto após troca de tiros com outros policiais que trabalhavam à paisana no Rio Grande do Norte, enquanto realizavam uma operação para capturar foragidos. A vítima, neste caso, confundiu os colegas de farda com bandidos e começou a atirar. Tentando a defesa, os outros PMs acabaram matando o paraibano. “Dois dias depois (do primeiro crime), o meu filho é pego em uma emboscada. Eu clamo por Justiça. Foi uma coisa inaceitável. Inadmissível”, afirmou Dona Maria de Fátima, mãe de Edmo Tavares.

No caso de Edmo, a revolta familiar e a busca por justiça gritam mais alto. A família, até o momento, se nega a aceitar o que aconteceu com o policial. A corporação informou que o inquérito do caso tem prazo de 40 dias e pode ser prorrogado por mais 20 dias para ser julgado.

Katia Cileide, viúva do policial, busca entender os motivos que levaram os policiais potiguares a atirarem e clama por explicações. “Eu não sou policial, mas eu sei como imobilizar uma pessoa. Principalmente com uma arma. Era só atirar em uma das pernas, como eles fizeram, mas depois eles foram lá e efetuaram mais disparos”, declarou.

Deixe seu comentário