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Com o pai Luiz Romualdo dos Santos

Os moradores do bairro do Salgadinho, em Patos, onde ele mora, o conhecem por “Véio”. Véio é visto perambulando pelas ruas do bairro, fechando sacolas de lixo que estão abertas ou abrindo sacolas de lixo que estão fechadas. É querido no Salgadinho e de vez em quando chega em casa com pequenos presentes que as pessoas lhe dão. Chaveiro é um dos presentes que ele mais recebe e gosta.

O nome dele é Marcone dos Santos Silvestre, mas ninguém o conhece por esse nome, nem mesmo a família o chama assim. Tem 46 anos e tem deficiência congênita. Mora na Rua Pedro Firmino, já no fim da rua, nas proximidades do contorno que dá acesso ao rodoshopping.

Seu pai Luiz Romualdo dos Santos tem 89 anos, é aposentado, viúvo há três anos e tem uma pequena criação de porcos. Seu Luiz comenta o problema do filho: “Ele já nasceu assim, com problemas mentais, fala de um jeito que nem eu mesmo entendo, mas é um menino bom, tem disposição para trabalhar quando a gente precisa e aqui no bairro todos gostam dele.”

Véio’ só fica agressivo quando o aperreiam. Normalmente ao ver uma pessoa  ele só faz sinal de positivo e às vezes até pede algum dinheiro, mas só conhece as cédulas de dois reais. O intuito dele é ajudar as pessoas e fica feliz quando alguém o pede para fazer alguma coisa.

Ele acorda cedo, às vezes varre a casa, o muro, ajuda nos serviços de casa, depois “ganha” o mundo, sendo que o seu ponto principal é a AABB, onde é conhecido de todos.

Na casa dele moram seis pessoas: o pai, seu Luiz; ele (Véio); a irmã Maria do Socorro com a filha Luana, de 14 anos; um primo que trabalha no caminhão do lixo em Patos e a prima Ketelhy, que é estudante e com quem ele costuma brincar.

‘Véio’ se parece fisicamente com seu pai, seu Luiz Romualdo. Herdou dele até os olhos azuis. O idoso, ainda ativo nas lutas de casa e na criação de porcos, mantem na sala fotos de todos os filhos, inclusive dois que já faleceram: um num acidente de carro e outro em decorrência de problemas com o álcool.

‘Véio” gosta de assistir televisão e não é raro vê-lo dançando dentro de casa. Basta tocar uma música dançante no rádio ou na TV para ele se animar. Outra distração para ele é brincar com o gato de estimação da família.

Figura por demais conhecida no setor onde mora, ‘Véio’ não incomoda ninguém e costuma ser muito bem-vindo nos lugares onde chega.

 

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

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