Técnica para uso da pele de tilápia foi desenvolvida no Ceará — Foto: Viktor Braga/UFC
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Presente no tratamento de queimaduras – assim como na construção do canal vaginal – a pele de tilápia tem agora mais um feito. O Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) passou a utilizar o material para tratar úlceras varicosas – feridas profundas na pele causadas pela má circulação.

Os testes começaram em novembro de 2019 e, segundo aponta o cirurgião vascular da Rede Ebserh e pesquisador à frente do estudo, Fred Linhares, já é possível apontar vantagens da pele do peixe em relação aos curativos convencionais. Isso porque é possível mantê-la sobre o ferimento por até sete dias, diminuindo o custo com os insumos.

Segundo o médico, a dor do paciente e o risco de infecção são menores, já que a ferida é menos manipulada com a redução da troca de curativos. A expectativa, ainda conforme o especialista, é que a cicatrização seja mais rápida, uma vez que pele de tilápia estimula a formação de colágeno, ajuda no fechamento da ferida.

As úlceras varicosas são feridas profundas na pele, geralmente localizadas nas pernas, causadas pelas varizes. Podem demorar de semanas a anos para cicatrizar e, em casos mais graves, nunca curar. O estudo acompanha a evolução de 72 pacientes divididos em três grupos, conforme o tipo de tratamento – com pele de tilápia, óleo de AGE (ácidos graxos essenciais) e espuma de poliuretano.

Os dois últimos são convencionais e com trocas de curativos diárias e a cada cinco dias, respectivamente. Os resultados serão comparados no fim da pesquisa para definir qual dos métodos melhor se aplica, segundo Fred Linhares.

G1 CE

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