O médico Frederic Jota Silva Lima, de 32 anos, que trabalhava em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). — Foto: Reprodução/TV Globo
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O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, confirmou nesta terça-feira (21) a morte do médico Frederic Jota Silva Lima, de 32 anos, que trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaquera, na Zona Leste, e também na UPA do Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

De acordo com o secretário, Frederic estava internado no hospital Emílio Ribas, na região central da capital, com suspeita de coronavírus e morreu na noite desta segunda-feira (20).

“Infelizmente morreu ontem um médico da nossa rede hospitalar, da UPA [Unidade de Pronto Atendimento] de Itaquera, na Zona Leste, de apenas 32 anos. Ele trabalhava na UPA 26 de Agosto, da Organização Social das Irmãs Marcelina. Era um rapaz muito jovem, que infelizmente veio a falecer”, afirmou o secretário em entrevista à GloboNews.

A família do médico se disse consternada com a morte do médico de apenas 32 anos e a irmã dele, Eva Tolvana, que vive no Pará, disse ao Jornal Hoje, da TV Globo, que chegou a conversar com ele no domingo (19), pouco antes dele morrer.

“Ele estava apresentando tosse. No domingo de madrugada, ele teve falta de ar e foi para o hospital. Consegui falar com ele por mensagem no domingo pela manhã. Ele falou que estava ruim e já não visualizou mais minhas outras mensagens. Em 50 minutos não estava mais online. E quando foi meio do dia, um amigo dele me ligou dando a notícia. Ele se sentiu mal, tentaram entubar, mas ele teve uma parada e não resistiu”, conta a irmã.

Segundo a Organização Social Santa Marcelina, que opera a UPA 26 de Agosto, em Itaquera, Frederick atuava como médico clínico na entidade desde novembro de 2018. As irmãs católicas que dirigem a OS emitiram um comunicado lamentando a morte do colaborador e pedindo orações à família dele.

“A APS Santa Marcelina comunica com pesar o falecimento do colaborador Frederic Jota S. Lima, nesta segunda-feira (20). Frederick atuava como médico clínico, desde novembro de 2018, na UPA 26 de Agosto. A Família Marcelina expressa suas condolências à família e sua equipe de trabalho, nesse momento de luto. E em oração, pedi a Deus que conforte o coração de todos”, disse a publicação da entidade.

O secretário Edson Aparecido também lamentou a morte do médico e disse que o falecimento dele é uma triste notícia e mostra que a Covid-19 é uma doença imprevisível.

“Evidente que o histórico da doença na Europa e na Ásia mostra que as pessoas idosas estão mais suscetíveis a ter a doença. Mas 100% da população é suscetível à doença. Isso que nós precisamos entender. De uma maneira ou de outra, parte expressiva da população vai ter a doença, vai ser contaminada, parte dela vai precisar de algum serviço médico, um contingente que não é pequeno vai precisar de um leito de UTI, sobretudo no Sistema Único de Saúde, então, portanto, essa questão de que apenas atinge apenas as pessoas acima de 60 anos, cada vez mais não se demonstra”, afirmou.

De acordo com a Secretaria de Saúde Municipal, 63,3% dos pacientes infectados com o coronavírus na capital paulista tem menos de 50 anos.

A morte do médico foi lamentada também pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando. O médico era funcionário de uma UPA do bairro de Rudge Ramos.

“Expresso aqui minha tristeza pela perda do médico Dr. Frederic Jota Silva Lima, que atendia na UPA do Rudge Ramos e outras unidades. Infelizmente, vítima do Coronavírus aos 32 anos. À família e amigos, meus sinceros sentimentos e pêsames. Seguiremos na luta incansável. É primordial que todos façam a sua parte e fiquem em suas casas. Vamos nos proteger e cuidar dos nossos entes queridos. Fiquem em casa. Nada é mais importante do que a nossa vida”, disse o prefeito nas redes sociais.

Segundo o secretário municipal de Saúde de São Paulo, a capital paulista tem até está terça-feira (21) 3.336 profissionais de saúde afastados por suspeitas de coronavírus. Desse total, 532 foram confirmados com a Covid-19, que matou ao menos 12 profissionais da rede municipal.

G1 SP

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