6.dez.2019 - Fernando Collor de Mello durante em entrevista ao UOL e à Folha, em Brasília (Imagem: Kleyton Amorim/UOL)
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O ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL) pediu perdão aos brasileiros pelo confisco do saldo das poupanças durante o seu governo no início dos anos 1990.

Em uma série de tuítes publicados na manhã de hoje, Collor falou sobre a situação que o país enfrentava naquele momento e reconheceu que seu governo errou ao proibir os brasileiros de sacarem o dinheiro de suas poupanças.

“Pessoal, entendo que é chegado o momento de falar aqui, com ainda mais clareza, de um assunto delicado e importante: o bloqueio dos ativos no começo do meu governo. Quando assumi o governo, o país enfrentava imensa desorganização econômica, por causa da hiperinflação: 80% ao mês”, disse o senador na primeira mensagem.

Depois, ele segue dizendo que os mais pobres eram os maiores prejudicados pela hiperinflação. “Perdiam seu poder de compra em questão de dias, pessoas estavam morrendo de fome. O Brasil estava no limite”, declarou.

Durante a preparação das medidas iniciais do seu governo, Collor afirmou que tomou conhecimento de um plano “economicamente viável, mas politicamente sensível”, e que, na visão de sua equipe, tinha grandes chances de êxito no combate à inflação.

Esse plano viria a ser conhecido como Plano Collor, que incluiu, entre outras medidas, o bloqueio do saldo da poupança dos brasileiros por 18 meses e a troca do cruzado novo para o cruzeiro como moeda oficial do país.

“Era uma decisão dificílima. Mas resolvi assumir o risco. Sabia que arriscava ali perder a minha popularidade e até mesmo a Presidência, mas eliminar a hiperinflação era o objetivo central do meu governo e também do país”, escreveu o senador.

“Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos.”
Fernando Collor de Mello, ex-presidente e senador

Collor termina a série de tuítes afirmando que o plano econômico lançado no início de seu governo foi a única alternativa viável encontrada.

“Quisemos muito acertar. Nosso objetivo sempre foi o bem do Brasil e dos brasileiros”, escreveu.

UOL

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