Morre Silvestre Gonçalves, ativista na luta contra a Aids, em Campina Grande — Foto: Divulgação/Prefeitura de Campina Grande
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O ativista na luta contra a Aids, Silvestre Gonçalves Maia, de 53 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (27), em Campina Grande. A equipe médica do hospital onde ele estava internado descartou a infeção pelo novo coronavírus. Ele foi diagnosticado com HIV há mais de 20 anos e morreu após complicações causadas pela Aids. Devido à pandemia da Covid-19, o velório e sepultamento serão realizados apenas com a presença de familiares.

Silvestre era educador físico e foi um dos fundadores da Rede Nacional de Pessoas Vivendo e Convivendo com HIV e Aids (RNP+Brasil), uma organização de ativistas na luta contra a Aids que possuiu unidades em todos os estados brasileiros. Em Campina Grande, ele fundou em 1999 a unidade local da RNP+, que dá suporte psicológico, social e jurídico a pessoas vivendo com HIV e Aids e seus familiares e disponibiliza uma casa de apoio para os pacientes em tratamento de dezenas de municípios paraibanos.

Professor das redes estadual e municipal de educação, Silvestre foi coordenador de esportes e também gerenciou, de 2013 a 2019, as ações de prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Prefeitura de Campina Grande.

No ano de 2003, o trabalho desenvolvido pelo ativista para a reinserção de pessoas com HIV e Aids no mercado de trabalho ganhou destaque nacional e a ONG ganhou um prêmio, que possibilitou a aquisição da sua sede, que funciona no bairro de São José, em Campina Grande.

A ideia de criar uma cooperativa de soropositivos para trabalhar no estacionamento rotativo da cidade, Zona Azul, gerando emprego e renda foi de Silvestre. O professor organizou vários encontros nacionais de pessoas soropositivas para integração e troca de experiência, mas sempre tendo como objetivo a luta contra o preconceito e a discriminação.

“Se antes nos escondíamos para morrer, hoje nos mostramos para viver”, era a frase, que segundo a direção da ONG, ele dizia em seus discursos, defendendo a visibilidade da luta contra a Aids como forma de pressionar governos e sensibilizar a sociedade da importância da causa.

O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, emitiu uma nota de pesar pela morte do professor. Em nota, a direção da RNP+ Campina Grande também lamentou a morte do seu presidente de honra e destacou que “em tempos distanciamento social, Silvestre nos deixa o legado do abraço, da solidariedade, do amor ao próximo e da importância de dizer aos que mais precisam que viver bem é possível, é um direito”, diz trecho da nota.

G1 PB

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