Máscaras são direcionadas para profissionais que precisam se expor ao coronavírus durante atividades essenciais (Foto Divulgação/TJPB)
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Dados da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária mostram que mais de 100 mil máscaras foram confeccionadas pelas reeducandas do sistema prisional da Paraíba neste período da pandemia. Somente na Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, que fica em João Pessoa, dez reeducandas já confeccionaram quase 50 mil máscaras em pouco mais de dois meses.

O trabalho das presas, segundo os juízes que atuam na área de Execução Penal, além de remir a pena das mulheres envolvidas no projeto, fortalece autoestima e cria um ambiente favorável à ressocialização. Máscaras também são produzidas nas unidades prisionais das comarcas de Campina Grande, Patos e Cajazeiras.

A iniciativa é de fundamental importância, levando em consideração que atendeu uma demanda inicial por esse tipo de equipamento, essencial na proteção contra o coronavírus.

“Além de alcançar as áreas da Administração Penitenciária e Segurança Pública, 1 mil máscaras foram distribuídas para o Hospital Napoleão Laureano e mais oitocentas máscaras para a Associação das Esposas dos Magistrados e Magistradas da Paraíba (Aemp-PB)”, afirmou o juiz titular da Vara de Execução Penal (VEP) de João Pessoa, Carlos Neves da Franco Neto.

O juiz frisou, ainda, o significado do trabalho para a sociedade. “Essas mulheres estão contribuindo para minimizar essa fase terrível de pandemia pela qual atravessa o País. Todas estão de parabéns pelo empenho e dedicação”, disse o juiz.

Conforme a diretora da Penitenciária Júlia Maranhão, Cinthya Almeida, que é policial penal desde janeiro de 2009, toda a fabricação de máscara é voltada ao consumo interno, como, ainda, destinada à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e Secretaria de Segurança Púbica.

“A oficina de confecção de máscaras está funcionando onde estava instalado o Ateliê Castelo de Bonecas. Por determinação da Secretaria de Administração Penitenciária, paramos toda a produção de bonecas, para nos dedicarmos a produção de máscaras, a fim de ajudar no combate ao novo coronavírus”, informou.

Campina Grande

Na penitenciária feminina de Campina Grande, a produção atinge a marca de 25 mil máscaras com distribuição para as unidades prisionais: Penitenciária Regional Raimundo Asfora (Serrotão), Penitenciária Regional de Segurança Máxima, Penitenciária Feminina, Penitenciária Jurista Ângelo Amorim( Monte Santo), GPOE de Campina Grande, além das cadeias de Pocinhos, Soledade, Cubati, Juazeirinho, Alagoa Grande, Alagoa Nova, Esperança, Remígio, Cuité, Queimadas, Boqueirão, Aroeiras, Umbuzeiro, São João do Cariri, Serra Branca, Monteiro. A produção também é destinada às polícias Militar, Civil, ao Corpo de Bombeiros e ao Instituto de Polícia Científica (IPC) de Campina Grande.

Patos

Em Patos, quatro apenadas fabricaram 12,5 mil máscaras entre março e abril. “No momento, quatro apenadas estão trabalhando na confecção das máscaras. Elas são feitas com o tecido TNT e seguem as indicações da Resolução nº 356 de 23/03/2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, explicou a diretora do estabelecimento prisional, Cláudia Shimene.

Para produzir as máscaras em Patos, as reeducandas atuam de segunda-feira a sábado, em média oito horas por dia. A diretora esclareceu, também, que o caso da remição da pena só será analisado pelo magistrado quando a apenada está em fase de progressão.

De acordo com o juiz Diego Garcia Oliveira, titular do 1º Juizado Auxiliar Misto da 3ª Circunscrição, com exercício na 2ª Vara Mista da Comarca de Patos, as máscaras de tecido produzidas pelas apenadas estão sendo usadas, principalmente, no próprio sistema penitenciário.

“É muito positivo o projeto que permite fabricar EPIs na Penitenciária Feminina de Patos. Traz um ganho duplo para as internas, pois garante a ressocialização pela remição da pena por meio do trabalho e aumenta a autoestima destas mulheres, que contribuem para sociedade neste momento tão difícil”, disse o magistrado.

Cajazeiras

Já a cadeia pública de Cajazeiras produziu até agora 21,8 mil máscaras e atendeu as necessidades dessas unidades: Penitenciária Padrão Regional de Cajazeiras, cadeia pública desta cidade, Colônia Penal de Sousa, Penitenciária de Sousa, Presídio de Catolé do Rocha, as cadeias de Uiraúna, São João do Rio do Peixe, São José de Piranhas, Conceição, Pombal, além da equipe da Gisop no Sertão.

A produção da cadeia de Cajazeiras também atende às polícias Militar e Civil e ao Corpo de Bombeiros através de um convênio firmado entre a Seap e a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Sesds).

A unidade nessa atividade, além da Seap e da Gerência de Ressocialização, conta com o apoio, através de doações, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cajazeiras, da 2ª Vara da Execução Penal, e da Leia Livraria e Maganize e outros integrantes da sociedade cajazeirense.

Portal Correio

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