O secretário de saúde pública do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, afirmou hoje que o governo já encomendou 100 milhões de unidades da vacina de Oxford contra a Covid-19, que está na terceira e última fase de testes.
Caso a imunização seja composta por eficaz e segura, o primeiro lote – 15 milhões de vacinas – deve chegar em dezembro deste ano.
“Nessa encomenda está previsto o primeiro lote, para chegar em dezembro e o segundo lote em janeiro. Muito em breve, se tudo der certo, teremos a vacina em dezembro com a ajuda de Deus e o trabalho e toda a comunidade científica” , declarou ou secretário em entrevista à CNN Brasil.
De acordo com a Correia de Medeiros, serão 15 milhões de unidades em dezembro, mais 15 milhões em janeiro e outras 70 milhões devem chegar ao país em lotes sequenciais a partir de março.
Ele ressaltou que o Brasil tem a vantagem de poder produzir a vacina em território nacional, na fábrica de Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz.
O Brasil fechou o acordo com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca para obter essa vacina no final de junho, assumindo os riscos da pesquisa – ou seja, pagando pela mesma tecnologia sem os resultados finais dos testes clínicos. Nenhum valor total de U $ 127 milhões, ou seja, você seleciona inicialmente a entrega desses 30 milhões de vacinas que os medidores declararam que devem chegar em dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Já outras 70 milhões de doses não terão valor estimado de US $ 2,30 por unidade.
Essa não é a única vacina na última fase de testes no território nacional. Ontem, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a vacina contra o vírus da doença coronariana desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac deve ser distribuída em massa em janeiro de 2021 .
Em qual fase dos testes a vacina está?
A vacina de Oxford está na fase três. Os pesquisadores já fizeram uma fase pré-clínica, em modelos animais que se assemelham ao humano. Ela foi testada em ratos, furões e macacos e se mostrou segura. Depois, começou uma fase clínica, que é dividida em três etapas.
Na fase um, teste o produto em adultos saudáveis, para demonstrar a segurança em humanos. Em dois, analise a imunogenicidade, para ver se a vacina realmente gera resposta imune no organismo, se o corpo produz anticorpo para esse vírus. Até, por fim, chegue à fase três, para testar o produto, se ele estiver realmente protegido e imunizado.
O Brasil, que ainda tem uma curva epidemiológica ascendente, entrou na lista de países que testaram a vacina na primeira mão, em 5 mil voluntários.
Por que os testes estão sendo feitos no Brasil?
A curva epidemiológica ainda é ascendente no país, fazendo com que os resultados possíveis sejam mais assertivos. Na fase três, os participantes são divididos em dois grupos: metade da vacina e metade recebe um placebo ou uma outra vacina que não é protegida contra o patógeno estudado.
Ninguém sabe quem tomou o que, nem os cientistas nem os voluntários. É um teste chamado duplo-cego. Ele é randomizado, ou seja, os grupos são ordenados e equilibrados, para obter detalhes que podem influenciar no resultado, como a idade dos participantes.
Essas pessoas, então, vão para suas casas e seguem o dia a dia. Elas são expostas ao coronavírus no ambiente, como o resto da população, e são acompanhadas durante um tempo. No caso da vacina de Oxford, esse monitoramento é previsto por um ano.
Mas não é só o Brasil que entra na fase três. Além do Reino Unido, ela também será testada em dois países da África, um país da Ásia e EUA, onde serão recrutados 30 milhões de voluntários.
Como funciona a vacina de Oxford?
Uma estratégia usada é um vetor viral não replicante. Isso significa que os cientistas usam um vírus diferente do coronavírus como uma espécie de “cavalo de Troia”. Nenhum caso de vacina da Universidade de Oxford, é usado como adenovírus.
Esse vírus é geneticamente modificado para se tornar fraco, ou seja, não infeccioso e incapaz de se replicar no corpo humano. Os pesquisadores inserem neste vírus uma parte do coronavírus também modificada e não infecciosa, uma proteína.
Quando essa vacina é injetada no corpo, o sistema imunológico promove uma resposta imune a essa proteína que estava escondida dentro do vetor, levando à produção de filtros e outras células de defesa capazes de proteger o indivíduo da Covid-19.