Renan Calheiros na tribuna do Senado — Foto: reprodução/G1
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O ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), deu entrada nesta segunda-feira (14) no Hospital Sírio Libanês, na região central de São Paulo, para a retirada de um nódulo no rim direito. Segundo o hospital, o senador alagoano também foi submetido a uma biópsia na região do pâncreas.

“O senador Renan Calheiros veio ao Hospital Sírio Libanês para avaliação clínica e exames mostraram um nódulo no rim direito, que foi removido hoje. Também foi realizada biópsia numa pequena área pancreática”, disse o boletim médico do hospital.

De acordo com o Sírio Libanês, Renan Calheiros está bem e deverá receber alta nos próximos dias. Ele é acompanhado pelas equipes comandadas pelos médicos Roberto Kalil, Tulio Pfiffer, Diogo Bastos e Raul Cutait.

Inquérito da Polícia Federal

Nesta segunda-feira (14), a Polícia Federal também concluiu um inquérito sobre o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e apontou que há “evidências robustas” de caixa 2 em doações da Odebrecht recebidas pelo político. O resultado do inquérito foi encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Os investigadores apontam que Renan recebeu R$ 500 mil em doações do grupo Odebrecht nas eleições de 2010 pelo setor financeiro paralelo da empresa. O caixa 2 ocorre quando o dinheiro é recebido pelo candidato, porém não é declarado à Justiça Eleitoral.

“Há elementos concretos e relevantes no sentido da existência de materialidade e autoria dos crimes investigados no presente inquérito, encontrando-se presentes indícios suficientes de que o senador José Renan Vasconcelos Calheiros cometeu o crime previsto no art: 350 do Código Eleitoral, na modalidade ‘caixa 2′” escreveu a delegada da PF Rejane Nowicki.

A investigação afirma ainda que o dinheiro foi pago em duas parcelas de R$ 250 mil, entre 20 de agosto de 2010 e 15 de setembro de 2010. De acordo com a PF, os repasses foram viabilizados por um doleiro da Odebrecht, com o objetivo de manter uma boa relação com o político e, eventualmente, obter benefícios para a empresa.

Segundo o inquérito, o parlamentar recebeu o dinheiro um hotel de Maceió. No sistema da empresa, o senador era identificado pelo codinome Justiça.

Com a conclusão da PF, o ministro Marco Aurélio Mello, que é o relator do caso, deve encaminhar o inquérito para a Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se há ou não elementos para que o senador seja denunciado ao STF. A PGR pode pedir ainda mais prazo para as investigações ou até mesmo apontar o arquivamento, caso entenda que não há indícios contra o senador.

Em nota, a defesa de Renan Calheiros afirma que as contas de campanha “foram auditadas e aprovadas, que não há indícios de irregularidades e os próprios delatores negaram os repasses como caixa 2”.

“Não há nessa investigação, assim como nas mais de 2/3 já arquivadas, nenhuma prova. Tanto que depois de anos de investigação falam em ‘indícios’ de irregularidade. Mesmo assim, mais uma vez, a notícia é dada pela óptica dos investigadores”, prosseguem os advogados.

Delação de ex-diretor

No relatório, a PF também indicou que a delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, não contribuiu com as investigações e que ele entrou em contradições.

“Ocorre que, quanto as declarações de Claudio Melo Filho, observam-se diversas contradições nos seus depoimentos tanto acerca do seu relacionamento com Renan Calheiros quanto ao seu real conhecimento acerca dos fatos investigados e assim como acerca do ‘Setor Operações Estruturadas’ “, afirmou a PF.

A delegada afirmou que, “quanto ao colaborador Claudio Melo Filho, em que pese ter se disposto a prestar novos depoimentos, ele se contradisse em suas oitivas, de forma que sua colaboração não se mostrou efetiva quanto aos fatos aqui investigados”.

G1

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