Corpo da cantora Vanusa é enterrado em SP — Foto: Abraão Cruz/TV Globo
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O corpo da cantora Vanusa foi enterrado às 16h desta segunda-feira (9) no Cemitério de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, na presença de parentes e amigos.

De manhã, o corpo da cantora foi velado no Funeral Arce Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. A cerimônia também foi reservada a parentes e amigos da artista.

Vanusa morreu aos 73 anos na manhã de domingo (8) em uma casa de repouso em Santos, no litoral de São Paulo.

“A minha mãe punha melodia nos pensamentos dela. Ela falava cantando”, disse Amanda, filha da artista, durante o velório.

“A minha gratidão, o meu respeito simplesmente como filho. Eu tenho que agradecer demais ao Brasil pelas homenagens, ela merecia demais”, afirmou Rafael.

Outra filha da cantora, Aretha, também agradeceu. “Que a gente seja forte nesse momento de transição e viva à Vanusa.”

“A gente viu as manifestações para Vanusa, o reconhecimento de que foi uma mulher que mudou a história da música. Ela começou a cantar assuntos ligados à mulher quando ninguém fazia isso”, disse Esther Rocha, amiga da cantora.

Um enfermeiro da casa de repouso, onde a artista morava há dois anos, percebeu que ela estava sem batimentos cardíacos, por volta das 5h30. Uma equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi acionada e constatou que a causa da morte foi uma insuficiência respiratória.

Segundo funcionários da casa de repouso, Vanusa recebeu a visita de Amanda, sua filha mais velha, neste sábado (7). Ela cantou, brincou, riu e se alimentou bem. A artista fazia fisioterapia e outros tratamentos na residência para idosos.

Em setembro e outubro, Vanusa esteve internada no Complexo Hospitalar dos Estivadores, em Santos, por causa de um quadro grave de pneumonia.

Aretha Marcos, também filha de Vanusa, publicou homenagens à mãe nas redes sociais. Em uma delas, ela relembrou que, neste domingo, seu pai, Antônio Marcos, completaria 75 anos.

“O amor é impossível. Hoje, aniversário do meu pai, Antônio Marcos ele veio buscar minha mãe para viverem juntos na eternidade. A vida é arte!”

Ao Fantástico, o filho da artista, Rafael Vannucci, ator, cantor e produtor de eventos, disse que havia 15 anos que a mãe travava uma luta contra uma doença neurológica que não foi diagnosticada e que leva à demência, semelhante ao Alzheimer. A descoberta aconteceu na época em que a cantora começou a tratar de uma depressão, agravada pela dependência de medicamentos.

No domingo, Rafael publicou um vídeo nas redes sociais agradecendo o apoio dos fãs e as orações.

“Minha gratidão a cada um de vocês. É um momento muito difícil, com certeza é o pior dia da minha vida. Mas, ao mesmo tempo ela foi descansar, foi embora dormindo, e que o senhor receba minha mãe de braços abertos. Muito obrigada a cada um de vocês do fundo do meu coração, gratidão. E viva a Vanusa”.

A assessoria da artista divulgou um trecho escrito por Vanusa para o musical “Ninguém É Loira Por Acaso”, produzido por Léa Penteado.

“Meu nome é Vanusa Santos Flores. Nasci em Cruzeiro, interior de São Paulo, cresci entre Frutal e Uberlândia. Tenho 72 anos, 3 filhos, 4 netos. Sou do signo de Virgem, ascendente Escorpião, lua em Sagitário. Tenho 1m58 de altura e peso 54 quilos. Fui casada seis vezes e uma vez a Hebe me perguntou por que eu casava tanto, se os maridos não eram bons. Aquela mania que a gente sempre tem de culpar o outro, de achar que os amigos estão certos e que o resto do mundo está errado. Mas lamento comunicar que todos os meus maridos foram ótimos, o problema é que a minha expectativa era outra.

Eles foram e aconteceram no tempo que tinham que acontecer. Os maridos se foram, como os anéis, mas ficaram os dedos, os filhos, as histórias …

Minha vida sempre foi uma sucessão de perdas e ganhos… Perdi casas, apartamentos, carros, contratos, situações confortáveis. Ganhei experiência, amigos, uma profissão que me proporcionou ser quase tudo o que queria. Mas apesar de tudo, jamais perdi a dignidade nem a memória. Lembro tudo, cada história, cada sentimento, tudo muito bem guardado aqui dentro como se fosse ontem. A minha força está no que vi e vivi. Isso ninguém me tira.

Uma das primeiras formas de expressar meus pensamentos ficou registrada numa música, que tem uma ligação total com o meu primeiro casamento. Eu estava grávida da Amanda, e um dia, com o meu parceiro Mario Campana, peguei o violão e de uma tirada só fizemos uma música, “Manhãs de Setembro”. Antônio Marcos quando ouviu disse que a música não era comercial. Naquele tempo todas as músicas que ele fazia eram muito comerciais e por isso eram um grande sucesso. Ouvir aquele comentário foi horrível, me senti incapaz e impotente. Mas esta música me trouxe enormes alegrias, sucesso no rádio, reconhecimento do público.”

G1 SP

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