Disque denúncia tem ajudado na solução de casos (Foto: Júnior Macena)
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A violência é algo presente no dia a dia da população brasileira. De acordo com o último relatório de 2020 do Atlas da Violência, em 2018 foram quase 60 mil crimes violentos em todo o país.

A taxa de homicídios registrados em 2018 chegou a 27,8 mortes a cada 100 mil habitantes. E esse é o menor nível de homicídios em quatro anos. A taxa foi 12% menor do que em 2017.

O relatório ainda aponta que mais de 4 mil mulheres foram assassinadas no mesmo ano. Enquanto isso, 71,1% dos assassinatos no Brasil foram cometidos com armas de fogo. A violência racial ainda é forte, onde 75,7% das vítimas de homicídios são negras. Na Paraíba, para cada não negro vítima de homicídio, 8,9 pessoas negras foram assassinadas.

Apesar dos crimes que ocorrem diariamente, nem sempre essas denúncias chegam até as autoridades competentes e, quando chegam, muitas vezes vêm como um verdadeiro quebra-cabeça a ser desvendado. Faltam peças de informações, dados, testemunhas que possam ajudar no processo de investigação.

Algo que tem ajudado na resolução dos casos são as centrais do disque denúncia, que recebem as demandas por ligações telefônicas, muitas vezes anônimas. De acordo com o delegado seccional da 15ª Delegacia de Polícia Civil de Patos, George Wellington, a ferramenta tem sido muito importante na elucidação de casos em todo o estado.

“Essa ferramenta veio para servir de apoio e suporte à Polícia Civil da Paraíba a partir de denúncias que são formuladas por qualquer pessoa, ligando a partir de um telefone público ou de qualquer telefone fixo”, destacou o delegado.

A ligação é gratuita para o 197, onde o cidadão, de forma anônima, pode denunciar crimes que já ocorreram para que sejam investigados. Crimes específicos relacionados às mulheres podem ser denunciados por meio do ‘Dique 100 ou 180”. Na Paraíba, o ‘Disque 123’ é direcionado aos crimes contra mulheres e pessoas vulneráveis. O ‘Disque 100’ e o ‘Disque 180’ também são direcionados ao mesmo grupo.

De acordo com o delegado, após recebidas, as denúncias são encaminhadas para as delegacias seccionais do estado, onde são distribuídas paras as delegacias competentes e então apuradas. Cerca de 25 cidades compõem a 15ª Delegacia Civil de Patos (PB), que desde o início da pandemia até a primeira quinzena de novembro recebeu 89 denúncias por meio do 197. “Muitas vezes o próprio órgão federal que está inserido no Ministério da Mulher, dos Direitos Humanos e da Família, entra em contato conosco para confirmar a existência daquela denúncia e até para saber o andamento dos procedimentos policiais”, destacou.

O disque denúncia tem sido fundamental na resolução de diversos casos. Esse mês de novembro, uma operação apreendeu cerca de 1 quilo de crack e 500 gramas de maconha, na BR-230, que seriam entregues em Patos. No dia seguinte, uma nova denúncia, também anônima, informou que chegaria armamentos a Patos vindos de João Pessoa, por volta da meia-noite. Nos dois casos, foi possível interceptar o material e os acusados, de modo que as encomendas não chegaram aos destinos pretendidos.

Com o medo da retaliação, muitas pessoas temem denunciar crimes à polícia, como afirma o delegado, ao ressaltar que essa ferramenta de denúncias permite que a população possa ajudar a polícia sem se expor, uma vez que a ligação é totalmente sigilosa. Outros contatos da 15ª Delegacia Seccional de Patos também podem ser acionados para denúncias de forma anônima, usando o e-mail 15dspcpatos@gmail.com ou telefone (83) 3423-2553.

Confira a reportagem:

Ray Santana – TV Contexto

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