Elmo Assis tem 41 anos e não há informações de que ele trabalha diretamente atendendo os pacientes do Hospital Nossa Senhora das Neves, nem de que ele tenha alguma comorbidade, o que também não o coloca no grupo prioritário da vacinação neste momento (Foto: reprodução/redes sociais)
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O presidente e herdeiro do Hospital Nossa Senhora das Neves, Elmo Assis, é acusado de furar fila da vacinação contra Covid-19 na Paraíba, segundo revelou o apresentador Clilson Júnior, no programa Arapuan Verdade desta sexta-feira (22). Na imagem divulgada do cartão de vacinação, consta a aplicação da dose da CoronaVac, contra o novo coronavírus. O HNSN está sendo denunciado ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público da Paraíba por vacinar desrespeitando a fila de prioridade nessa primeira fase de imunização.

Elmo Assis tem 41 anos e não há informações de que ele trabalha diretamente atendendo os pacientes do Hospital Nossa Senhora das Neves, nem de que ele tenha alguma comorbidade, o que também não o coloca no grupo prioritário da vacinação neste momento.

O secretário de Saúde de João Pessoa conversou com o ClickPB, nesta sexta-feira (22), sobre as denúncias contra o Hospital Nossa Senhora das Neves, na Capital, acusado de vacinar pessoas sem prioridade. Ele disse tudo está sendo apurado pelo Ministério Público Federal (MPF) no estado e pelo Ministério Público da Paraíba. Segundo Fábio Rocha, “há indícios fortes de que pessoas que não são do hospital, não são da rotina hospitalar, foram vacinadas.”

Ele também contou que existe a “suspeita de que menores de idade foram vacinados” no HNSN. Desde o início da vacinação, na terça-feira (19), surgiram denúncias de falta de priorização na aplicação das doses da CoronaVac na Paraíba. Políticos e outras pessoas foram apontadas como vacinadas, porém ‘não merecedoras’ ainda nessa fase inicial com unidades escassas do imunizante, as quais foram reservadas a profissionais de saúde na linha de frente de combate ao coronavírus, pessoas com mais de 60 anos que vivem em asilos e abrigos, indígenas que moram em aldeias reconhecidas e pessoas com deficiência que estão internadas em instituições especializadas.

O ClickPB tentou contato com o presidente Elmo Assis, com as diretorias do hospital e com o setor de marketing, mas não foi atendido por nenhum deles.

Mais cedo, o HNSN havia emitido uma nota defendendo-se das denúncias. Confira na íntegra.

Nota de Esclarecimento

O HNSN vem através desta apresentar a verdade dos fatos quanto a imputação de que o hospital havia de alguma forma violado as regras de vacinação, o que não é verdade, senão vejamos:

Como é de conhecimento, cumpre ao governo federal através do PNI – Plano Nacional de Imunização fixar as regras relacionadas a vacinação.

Contudo, cumpre aos municípios, no presente caso, a Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, fixar o plano de operacionalização de vacinação contra a COVID-19.

Assim, de acordo com o plano estabelecido pela PMJP, serão considerados Trabalhadores de Saúde aqueles que: “atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância a saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais. 

Desta maneira, compreende tanto os profissionais da saúde – médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, serviços sociais, profissionais de educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares –, QUANTO AOS TRABALHADORES DE APOIO – recepcionistas, seguranças, pessoal da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias e OUTROS -, ou seja, aqueles que trabalham nos serviços de saúde, MAS QUE NÃO ESTÃO PRESTANDO SERVIÇOS DIRETO DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE DAS PESSOAS”

Assim, resta evidenciado que o plano de operacionalização de vacinação contra a COVID-19, utiliza instrumentos elementares da hermenêutica, notadamente a interpretação analógica, para fins de permitir que mesmo aqueles que não prestem serviços direto de assistência a saúde das pessoas possam ser vacinados, desde que estes profissionais atuem “em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância a saúde”, conforme estabelece a Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, o que ocorreu no presente caso, uma vez que, nossos colaboradores da área administrativa, dentre eles, aqueles veiculados na matéria jornalística, atuam em nosso ambiente hospitalar, portanto, estão compreendidos dentro das normas previstas pela PMJP.

Ademais, a disponibilização de vacinas para profissionais de categorias diversas que compõem o seguimento da saúde, também foi ofertada por outras instituições hospitalares omitidas na reportagem.

Por fim, ratificamos o nosso integral compromisso com obediência às normas legais e esperamos ter restabelecido a verdade dos fatos.

Qualquer dúvida, basta consultar o plano de operacionalização de vacinação contra a Covid-19 da PMJP.

A disposição para maiores esclarecimentos.

Hospital Nossa Senhora das Neves

HNSN

Lucas Isídio – ClickPB

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