Maria do Livramento Silva, aos 117 anos, recebendo a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca, nesta quinta-feira (25), no Cabo de Santo Agostinho — Foto: Silas Gabriel/PMCSA
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Com 117 anos recém-completados, Maria do Livramento Silva foi vacinada contra a Covid-19 na manhã desta quinta-feira (25). Moradora do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, ela recebeu a primeira dose do imunizante Oxford/AstraZeneca de dentro de sua casa, no bairro de Garapu. Segundo a família, Maria trabalhou até os 75 anos como empregada doméstica.

“Eu sempre brinco que minha mãe tem mais saúde do que eu. Eu sou hipertensa, já ela não tem nenhuma doença, nada”, brincou sua filha caçula, Edileusa Eulália Silva, de 60 anos.

Ela contou que a mãe, apesar de lúcida e saudável, tem muito sono e prefere passar o dia dormindo. “Às vezes, me preocupo porque ela não quer acordar para comer. Mas ela vive tranquila e merece, batalhou muito nessa vida”, declarou.

Ao tomar a vacina, Maria também estava quase pegando no sono, mas não teve medo da agulha, tampouco achou ruim se vacinar. “Estamos fechadas em casa desde o ano passado. Tomar a vacina é um alívio, ela ficou feliz”, disse a filha. Daqui três meses, a idosa ainda precisa receber a segunda dose da vacina para completar a sua imunização.

Nascida em 13 de fevereiro de 1904, desde muito nova Maria foi empregada doméstica. Criou 12 filhos com o sustento que tirava das casas de família nas quais trabalhava no Recife. Seu marido faleceu quando o filho mais velho tinha 37 anos e a filha mais nova 12.

Desse momento em diante, Maria ainda seguiu na labuta, até ser convencida a descansar aos 75 anos. “Demorou até a gente convencer a minha mãe a parar, foi só quando uma das netas nasceu e minha irmã pediu para ela ajudar”, contou Edileusa.

E foi por causa de outra filha, a mais nova, que Maria mudou da cidade onde nasceu e viveu quase toda sua vida, o Recife, e foi para o Cabo de Santo Agostinho. A casa é compartilhada entre Maria, Edileusa, duas netas, Laila Cristina e Eulália Silva, e um cunhado, Ítulo Braga.

Desde que Edileusa aposentou-se, dedica a vida à mãe e brincou que ela se tornou o neto que suas filhas ainda não deram. “Cuido o dia todo, dou banho, boto para dormir, visto roupa e dou amor. […] É um alívio e muita felicidade vê-la sendo vacinada. Fico menos preocupada”, disse.

Em mais de um século de vida, Maria teve inúmeros netos, vários bisnetos, tataranetos e até tetranetos. Hoje, dos 12 filhos nascidos, quatro ainda estão vivos e se orgulham da mãe, agora imunizada.

“Aprendi muito com ela. Minha mãe é meu espelho, minha guerreira, devo tudo o que eu tenho na minha vida a minha mãe. E se não fosse ela eu não seria nada. Meu pai morreu quando eu ainda era muito nova e foi minha mãe que cuidou de mim e dos meus irmãos”, declarou Edileusa.

G1 PE

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