Na cidade de Pontinhas, na Paraíba, identificaram uma camada de areia grossa que, ao ser analisada, foi detectado vestígios ?do fenômeno. As ondas não chegaram muito altas, mas o volume de água foi grande (Foto: reprodução)
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Quem pensa que tsunami é fenômeno para história de ficção em filmes ou série pode estar enganado. É o que revela uma pesquisa da Universidade do Rio de Janeiro, feita em 2020, que comprova os registros de um tsunami que atingiu a costa da Paraíba há 200 anos e provocou inundações no litoral do Nordeste. Segundo a investigação, existem evidências físicas da chegada de um tsunami nas praias da costa do Brasil em 1755, como resultado de um terremoto que atingiu Lisboa, capital de Portugal.

Os pesquisadores da UERJ, liderados pelo professor Francisco Dourado (Centro de Pesquisas e Estudos sobre Desastres – CEPEDES), em parceria com pesquisadores portugueses, constataram vestígios deixados pela onda gigante que teria atravessado o Atlântico e gerado estragos na costa brasileira, em Pernambuco e até na Paraíba.

A investigação descobriu que o chamado “Sismo de Lisboa”, no século 18, foi tão forte que alagou até 4 km adentro do litoral nordestino brasileiro. Eles percorreram 270 km ao longo de 22 praias do Nordeste. Na cidade de Pontinhas, na Paraíba, identificaram uma camada de areia grossa que, ao ser analisada, foi detectado vestígios do fenômeno. As ondas não chegaram muito altas, mas o volume de água foi grande. Na região da praia de Lucena, na Paraíba, as ondas variaram entre 1,8 e 1,7 m de altura. Em Pitimbu, a altura das ondas ficou entre 1,5 e 1,1 m.

O pesquisador também identificou em documentos que, o governador da Paraíba enviou uma carta ao Rei de Portugal informando que “uma grande onda” também havia inundado o litoral do estado.

O trabalho começou com o levantamento histórico do professor Alberto Veloso, da Universidade de Brasília (UnB), em seu livro “Tremeu a Europa e o Brasil também”. Ele é coautor da pesquisa que é coordenada pelo CEPEDES/UERJ em parceria com a Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa, Instituto Dom Luiz e Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Emmanuela Leite – ClickPB

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