Até abril, o óleo diesel acumulava alta de 53,58%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (Foto: Walla Santos)
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A escalada de aumentos de preços dos combustíveis no Brasil, resultado da Política de Paridade de Importação (PPI), adotada pela Petrobras em 2016 e mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), segue trazendo prejuízos para os caminhoneiros autônomos. Em entrevista ao ClickPB, nesta sexta-feira (17), o presidente da Associação de Caminhoneiros de Campina Grande e Região, Albério Lima, disse que muitos trabalhadores já desistiram de seguir na área.

“Esses aumentos do diesel e dos demais produtos como pneus e peças estão empurrando os trabalhadores para um trabalho ainda mais precário. Está insustentável o trabalho e a sobrevivência financeira dos caminhoneiros já não existe mais”, disse.

“Em maio, com o reajuste no diesel de 40 centavos por litro, o abastecimento tornou praticamente impossível algum lucro dos caminhoneiros, já que em um frente de R$ 13 mil, mais de R$ 5 mil é gasto no abastecimento apenas de ida da carga para São Paulo, por exemplo, sem contar a volta. Ou seja, muitos colegas já desistiram, ou estão virando motoristas de empresas ou empreendendo”, destacou.

Até abril, o óleo diesel acumulava alta de 53,58%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Ninguém está aguentando mais continuar nessa profissão. O caminhoneiro autônomo não tem mais condições de rodar. Hoje em dia não tem condições mais de rodar, já estávamos passando por dificuldades. Se você pegar um frete valendo R$ 13 mil, estamos pagando para trabalhar. O óleo é mais caro que a gasolina. Essa situação de ver o país do jeito que está é vergonhosa”, desabafou.

Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em 2017, revelam que o Brasil tinha cerca de 919 mil transportadores autônomos. O número caiu para 696 mil em 2021 e segue caindo ainda mais. Segundo Albério, o motivo é que esses profissionais estão tendo que escolher “entre comer ou abastecer e manter o veículo”, diz o dirigente.

 Emmanuela Leite – ClickPB

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