Guaranho (Foto: Guaranho)
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A Justiça do Paraná negou pedido de prisão domiciliar e determinou nesta quinta-feira (4) a transferência do policial bolsonarista Jorge Guaranho, que matou o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, para Complexo Médico Penal assim que receber alta do hospital.

A decisão é do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Marcelo Arruda foi morto a tiros na própria festa de aniversário, em 9 de julho, em Foz do Iguaçu. Ao ser baleado, o petista revidou e atirou em Guaranho.

O bolsonarista está internado desde 10 de julho. A previsão é de que ele receba alta do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira (5).

O juiz se manifestou após a defesa de Guaranho pedir o relaxamento da prisão preventiva, decretada dois dias após o crime.

Os advogados defenderam medidas cautelares menos rigorosas, argumentando que a gravidade do crime a que o policial responde não justifica a prisão preventiva. Como alternativa, propuseram também a prisão domiciliar, destacando o quadro de saúde de Guaranho.

“A alta hospitalar não significa alta médica, tendo em vista que o paciente demanda cuidados especializados para atividades básicas da vida”, afirma a defesa do policial. À Justiça, os advogados citam a necessidade de Guaranho passar por reabilitação, com fisioterapia e fonoaudiologia.

Ao se manifestar sobre o pedido, o Ministério Público do Paraná afirma:

“Não há falar em ‘alegação vazia da gravidade do crime’, ‘mera retórica’ ou ‘atuação contida’ do detento na espécie, visto a gravidade acachapante da conduta”, afirmam os promotores.

Os promotores foram contra Guaranho ficar preso em casa e contra a substituição da prisão por medidas mais leves de restrição.

O MP pediu que, ao ter alta do hospital, o policial seja transferido para o Complexo Médico Penitenciário do Estado do Paraná ou para o Complexo Penitenciário Federal.

Assim como o Ministério Público, o juiz concordou que Guaranho deve seguir na prisão. O bolsonarista responde por homicídio duplamente qualificado.

O juiz determinou ainda que Guaranho seja colocado em cela separada dos demais, como garante a lei ao se tratar de presos integrantes da Administração da Justiça Criminal.

Bolsonarista perdeu a memória, diz advogado

Guaranho ainda não foi ouvido no processo. Os promotores esperam ele receber alta para ouvir a versão do policial sobre o caso.

Porém, a defesa do policial penal afirma que ele perdeu a memória por causa de agressões recebidas logo depois de atirar em Arruda. Segundo o advogado Luciano Santoro, Guaranho não se lembra de nada do que aconteceu na noite do crime.

O advogado diz que Guaranho levou 24 chutes no rosto e outros no tórax e na perna baleada, num total de cinco minutos e 35 segundos de agressões. De acordo com Santoro, essas outras imagens estão no processo, mas não foram tornadas públicas.

As agressões ao policial são investigadas em outro inquérito. Os autores já foram identificados e ouvidos.

Um dos homens chega a pular em cima de Guaranho.

G1 PR

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