Adjany Simplicio (PSOL), João Azevêdo (PSB), Major Fábio (PRTB), Nilvan Ferreira (PL), Pedro Cunha Lima (PSDB) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB) - Foto: Portal Correio
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A Paraíba terá seis candidatos ao Governo do Estado nas Eleições 2022. A lista de concorrentes foi fechada nessa sexta-feira (5), com o encerramento das convenções partidárias. A votação acontece no dia 2 de outubro. Caso haja necessidade de 2º turno, os eleitores voltam às urnas em 30 de outubro.

Desde o último levantamento realizado pelo Portal Correio, em março, ocorreram duas mudanças na pré-campanha: a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) saiu da briga, retomando a aliança com João Azevêdo (PSB) e declarando apoio à reeleição do governador, enquanto Major Fábio (PRTB) embarcou na corrida eleitoral.

No início do ano, Luciano Cartaxo (PT) e Cabo Gilberto (PSL) também se apresentavam como opções ao Governo do Estado, mas as intenções só duraram até a primeira quinzena de fevereiro. O ex-prefeito de João Pessoa acatou decisão do Partido dos Trabalhadores, que apoiará a campanha do MDB, encabeçada por Veneziano Vital do Rêgo, e anunciou que concorrerá a deputado estadual. Já o deputado estadual Cabo Gilberto decidiu se aliar à campanha de Nilvan Ferreira (PTB).

João Azevêdo, Veneziano Vital do Rêgo e Nilvan Ferreira oficializaram suas chapas em convenções nessa sexta-feira (5). Em 1º de agosto, uma convenção em Campina Grande confirmou Pedro Cunha Lima como representante do PSDB na disputa. Major Fábio e Adjany Simplicio (PSOL) realizaram convenções ainda no mês de julho, nos dias 28 e 30, respectivamente.

Decisão final é da Justiça Eleitoral

Agora, as candidaturas precisam ser autorizadas pela Justiça Eleitoral para que os escolhidos possam ser oficializados como candidatos e deem início à campanha.

Segundo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 15 de agosto é o último dia para os partidos políticos, as federações e as coligações requererem o registro dos candidatos. A campanha começa no dia seguinte.

Os nomes

Os programas de governo detalhados ainda não foram divulgados pelos candidatos, mas o Portal Correio apurou com cada um deles as principais pautas que devem ser levantadas na campanha. Confira abaixo os perfis e planos dos candidatos ao Governo da Paraíba.

Adjany Simplicio (PSOL)

Adjany Simplicio, natural do Rio Grande do Norte, é pedagoga. Especialista em Educação em Direitos Humanos, ela atua como professora da Educação Básica desde 2007, quando iniciou militância pelo ensino público de qualidade.

Adjany Simplicio foi candidata a vice-governadora em 2018 e a vereadora de João Pessoa em 2020. Atualmente, ocupa a presidência do Diretório Estadual do PSOL, partido ao qual é filiada desde 2016.

A candidata do PSOL defende maior presença de mulheres em cargos políticos e de liderança e a construção de políticas públicas que promovam equidade e justiça social para elas. Adjany Simplício também tem como foco o avanço no combate a violência e violações dos direitos da população negra e LGBTQIA+.

A professora aponta, ainda, as áreas de Educação e Cultura como prioridades em um eventual governo.

“Construo um partido que acredita na educação como uma via importante de construção de cidadania e de uma cultura de tolerância e de reflexão política como base para uma plataforma de revolução social em que a população possa atuar de forma mais direta na construção de horizontes dignos”, diz.

João Azevêdo (PSB)

João Azevêdo Lins Filho, natural de João Pessoa, é engenheiro civil e professor aposentado do Instituto Federal da Paraíba (IFPB). Atual governador da Paraíba, ele foi eleito em 2018 no 1º turno, com mais de 1,1 milhão de votos, o que representou 58,18% dos votos válidos. Na época, ele era filiado ao PSB, partido do então governador Ricardo Coutinho.

João e Ricardo romperam politicamente devido à Operação Calvário e o novo chefe do Executivo estadual migrou para o Cidadania no fim de janeiro de 2020. Poucos meses após a ida de Ricardo Coutinho para o Partido dos Trabalhadores (PT), João Azevêdo anunciou retorno ao PSB. Por enquanto, não se sabe quem estará ao lado do gestor na campanha à reeleição.

João Azevêdo falou que, no eventual segundo mandato, resolverá pendências e destacou que uma delas é com o setor de segurança pública. Ele citou a proposta de reajuste que fez à categoria e lembrou o cumprimento de planejamentos da campanha de 2018 com outras categorias como a Defensoria Pública.

João Azevêdo falou também sobre os desafios da pandemia e as melhorias no sistema de saúde no período. “Se tem algum legado bom que a pandemia deixou foi a infraestrutura hospitalar que nós conseguimos ampliar por todo o estado”.

Major Fábio (PRTB)

Fábio Rodrigues de Oliveira, natural de Recife, Pernambuco, é major reformado da Polícia Militar da Paraíba. Ingressou na política em 2006, quando concorreu a deputado federal pelo Partido da Frente Liberal (PFL) — atual Democratas (DEM). Ficou na suplência e assumiu o mandato por duas vezes em 2008. A primeira, entre março e junho, em razão da renúncia de Ronaldo Cunha Lima e da licença de Gômulo Gouveia. Depois, em dezembro, assumiu definitivamente o cargo, devido à cassação de Walter Brito Neto (PRB).

Em 2010, tentou a reeleição pelo DEM, mas novamente ficou na suplência. Em julho de 2012, assumiu a cadeira deixada por Romero Rodrigues (PSDB) — licenciado para disputar as Eleições Municipais de Campina Grande — e permaneceu no cargo até o fim da legislatura. Na Câmara Federal, atuou nas Comissões Permanentes de Relações Exteriores e da Defesa Nacional; de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Educação.

Em 2014, major Fábio foi candidato ao Governo da Paraíba pelo PROS, e, em 2018, a deputado federal pelo Progressistas. Ambas as campanhas não tiveram êxito. Ele retorna ao cenário político em 2022 com a promessa de um mandato voltado para diminuição dos índices de criminalidade; interiorização da Saúde; modernização do Estado; desburocratização e valorização salarial no serviço público; educação bilíngue, integral e tecnológica; redução da carga tributária; e fomento ao empreendedorismo e uso de energias renováveis.

Nilvan Ferreira (PL)

Nilvan Ferreira do Nascimento, natural de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, é radialista e apresentador de TV. Foi engraxate, músico e participou do movimento estudantil. Mudou-se em 2008 para João Pessoa, onde conquistou popularidade.

Nilvan fez sua estreia na política nas Eleições 2020, quando concorreu ao cargo de prefeito da Capital pelo MDB. Alcançou o 2º turno, mas acabou perdendo a disputa para Cícero Lucena (PP). Nilvan Ferreira deixou o MDB e chegou a assumir a presidência estadual do PTB, mas, no fim de março deste ano, optou por migrar para o PL.

Nilvan definiu a saúde, recuperação econômica e segurança pública como os principais eixos de uma possível gestão dele à frente do Governo. Ele também citou a necessidade de recuperação salarial das forças policiais e tratou sobre economia:

“Precisamos sair de um estado de letargia. A Paraíba precisa deixar de ser um dos estados que mais cobram impostos. Temos que fazer uma discussão sobre redução da carga tributária”.

O comunicador também defendeu o que chamou de mudança de ciclo no governo. Ele disse que a Paraíba está há 12 anos sob domínio de um mesmo grupo político e apontou a necessidade de um novo estilo de governança do Estado.

Pedro Cunha Lima (PSDB)

Pedro Oliveira Cunha Lima, natural de Campina Grande, no Agreste do estado, é advogado. Membro de uma das famílias mais tradicionais da política paraibana, ele foi eleito pela primeira vez em 2014, como deputado federal. Em 2018, conquistou o segundo mandato legislativo.

Inicialmente, a expectativa do PSDB era de que o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, representasse a chapa majoritária, mas o gestor acabou declinando do convite e ‘obrigando’ Pedro Cunha Lima a assumir a missão.

Pedro defende o fim de privilégios para o cargo de governador e considera “bizarro” o orçamento de mais de R$ 300 milhões para Assembleia Legislativa. Ele comparou o orçamento da ALPB com o da Universidade Estadual da Paraíba e da Polícia Militar e disse que a defesa dos gastos com os deputados não se sustenta. Ele acredita que pode convencer parlamentares e candidatos ao Legislativo a dar um ‘reset’ na máquina pública.

Pedro ressaltou que faz parte de uma nova geração e que tem olhar sobre a política totalmente diferente do que tinha o avô, Ronaldo Cunha Lima, e o pai, Cássio. “Já quebrei o retrovisor. Tenho admiração da história de Ronaldo e de Cássio, mas todas as vezes que alguém puxar esse debate é porque não quer discutir situações atuais como os gastos com a Granja Santana”.

Veneziano Vital do Rêgo (MDB)

Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto, natural de Campina Grande, é advogado. Atual senador, ele ingressou na carreira política em 1992, como candidato a vereador pelo PST, mas só foi eleito no pleito seguinte, em 1996, pelo PDT.

Em 2000, foi reeleito para a Câmara. Quatro anos depois, no MDB, derrotou Rômulo Gouveia no 2º turno e tornou-se prefeito de Campina Grande. Veneziano foi reeleito gestor municipal em 2008. Em 2014, foi o segundo político mais votado da Paraíba para o cargo de deputado federal e, em 2018, pelo PSB, foi eleito senador para mandato com validade até 2026.

Veneziano retornou ao MDB no ano passado, assumindo a presidência estadual do partido. Para as Eleições 2022, ele terá apoio do ex-governador Ricardo Coutinho (PT), que disputará vaga no Senado, e do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, candidato a deputado estadual.

Veneziano Vital do Rêgo disse que, em um eventual mandato de governador, trabalharia para tornar a Paraíba mais competitiva, buscando investimentos para tirar o estado da antepenúltima posição no ranking do Produto Interno Bruto (PIB). Ele também citou como prioridades a segurança hídrica, segurança pública e a construção de um Hospital de Emergência e Trauma no Sertão. “Farei também o que sempre fiz: ouvir sugestões para dar alternativas aos paraibanos”.

Portal Correio

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