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Esteve no programa Diário News a historiadora Maria Larisse Elias, que falou sobre o lançamento do seu livro “Para além dos ‘fatos’ – O morticínio eleitoral na freguesia de Cajazeiras, Província da Paraíba do Norte (1872-1877)”. O livro relata o conflito político que levou à morte um dos líderes da família Cartaxo.

A obra é fruto da dissertação de mestrado de Larisse, defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (PPGH-UFPB) em 2021. Ela conta que tudo começou em um projeto de pesquisa desenvolvido no Centro de Formação de Professore (CFP) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em Cajazeiras, quando cursava Licenciatura em História.

“A gente trabalhou com a digitalização de inventários pós-morte do fórum local, e nesse projeto de pesquisa foi localizado um processo-crime. De início a gente observou que aquilo não se tratava de um inventário pós-morte pelo volume de páginas que ele tinha, que eram 956 páginas. E no ano de 2020 eu ingressei no mestrado, na UFPB, para discutir o tema”, contou.

O processo-crime encontrado por Larisse tratava do ‘morticínio político’ de 18 de agosto de 1872. Segundo a autora do livro, a tragédia aconteceu em uma manhã de domingo onde ocorria uma eleição para o quadro de renovação dos vereadores locais. O presidente da província não se sentiu contemplado com os acordos de Cajazeiras, por isso o grupo de apoiadores dele na região, liderados por João Pires Ferreira, foi resolver a situação pessoalmente.

“Quando eles ficaram sabendo das eleições, vieram do destacamento de Santa Fé, que hoje a gente conhece como Bonito de Santa Fé, e ao chegar em Cajazeiras encontraram com o grupo de João Cartaxo. Aí começa a diversidade de narrativas em torno do conflito”, conta a historiadora.

A obra

O livro está dividido em uma introdução e quatro capítulos. A introdução faz uma discussão mais geral dos aspectos permeados no livro. No primeiro capítulo traz alguns aspectos fundamentais para a história de Cajazeiras, entre eles a ramificação familiar dos Couto Cartaxo e a discursão de algumas das práticas sangrentas que ocorreram em eleições distritais no Império do Brasil.

Já no segundo capítulo a escritora fala dos “tributos de sangue”, que foram acontecimentos em duas vilas – Icó e Telha (atual Iguatu) – e as semelhanças e distanciamentos do caso de Cajazeiras, além do trabalho com jornais e bibliografias em torno do tema.

A discursão do perfil das testemunhas que constituíram as suas narrativas no processo-crime formou o terceiro capítulo da obra. No quarto, e último, Larisse fala como as primeiras notícias do conflito se propagaram pelo Sertão e depois no Estado.

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Diário do Sertão

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