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A enfermeira que foi agredida pelo médico João Paulo Casado foi entrevistada no programa Fantástico deste domingo, 17, e contou porque somente um ano depois de ser alvo de violência física registrada pelas câmeras do condomínio resolveu denunciar o caso à polícia. Ela disse que temia o julgamento da sociedade e, além disso, era intimidada por ele, que além de médico era diretor do Hospital Ortotrauma e Cabo do Corpo de Bombeiros da Paraíba. “Ele debochava e dizia que nada iria acontecer com ele”. A enfermeira revelou ainda que João Paulo teria lhe dito que não se arrependia de nada, apenas de não tê-la deixado em coma no hospital.

Mesmo sem ter apresentado queixa contra o então marido, a enfermeira havia comparecido à Delegacia de Atendimento à Mulher de João Pessoa porque as imagens do circuito interno do condomínio haviam sido repassadas pelo síndico àquela delegacia. “Eu neguei tudo e disse que estava tudo bem. Eu tinha medo de denunciar e passar justamente pelo que estou passando agora. Eu sabia que ele era o elo forte e que eu precisava das provas. Se hoje as pessoas veem o vídeo e ainda falam de mim, imagine só eu falando”.

Acontece que a lei prevê que a denúncia de violência doméstica deve ser apurada ainda que a vítima não a apresente ou não a confirme. Mas, no caso de João Paulo, a investigação foi arquivada. A subcoordenadora das delegacias da Mulher da Paraíba, Paula Monalisa, alegou que o arquivamento se deu em respeito à dor da enfermeira agredida. “Ela disse que amava muito o marido e não queria reprimenda contra ele”.

Ontem, a delegada Nádia Fialho, que recebeu os vídeos com as imagens da agressão praticada pelo médico e decidiu arquivar a investigação, foi afastada do cargo.

A reportagem é de Larissa Pereira, da TV Cabo Branco.

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