Superlua fotografada por Jozelio Oliveira no dia 14 de novembro de 2016, em Patos.
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Cúpula do Observatório Astronômico da Paraíba, no Centro de João Pessoa – Fonte: Arktrus2 (Wikimedia)

Todos sabem que neste dia 20 de julho, celebramos os 50 anos da maior aventura da humanidade: a viagem para a Lua. Mas o que pouca gente sabe é que a Paraíba também participou dessa conquista.

Nos anos que antecediam à viagem tripulada à Lua, a NASA criou um programa que convidava astrônomos de todo o mundo a monitorar a Lua, o Programa LION. O objetivo era identificar os chamados Fenômenos Transitórios Lunares (TLPs na sigla em inglês), que são fenômenos luminosos que ocorrem na Lua e podem ser percebidos da Terra.

Boa parte desses fenômenos estão associados à impactos de pequenos fragmentos de rocha com a superfície lunar, mas existem alguns deles que até hoje não tem explicação científica. E para quem pretendia enviar pessoas para a Lua e trazê-las de volta com segurança, era preciso conhecer ao máximo os fenômenos que ocorriam por lá.

Professor Rubens de Azevedo

No final dos anos 60, começou a funcionar na Rua 13 de Maio, no Centro de João Pessoa, o Observatório Astronômico da Paraíba, e de lá, o Professor Rubens de Azevedo, um dos fundadores da Associação Paraibana de Astronomia, observava constantemente a Lua e reportava os fenômenos detectados à NASA. Ele era um dos astrônomos credenciados no Programa LION.

Em 1969, enquanto a Missão Apollo 11 levava o homem para a Lua, Rubens percebeu um brilho anormal em das crateras da nosso satélite. Através de telegrafo, o relato foi enviada diretamente para a NASA, que repassou a informação para os astronautas da Apollo 11 e de lá, diretamente da órbita lunar, o astronauta Buzz Aldrin confirmou a anomalia observada por Rubens de Azevedo aqui da Paraíba.

Rubens era um exímio desenhista, selenógrafo (que estuda a Lua) e um brasileiro do qual todos deviam se orgulhar. Em 1963, durante a observação de um Eclipse, ele descobriu um vale, um acidente geográfico que ainda não era documentado. Em homenagem a Rubens, astrônomos chilenos que também observaram a formação, propuseram chamá-la de “Vale Azevedo”. Mas Rubens declinou da homenagem e pediu para que ela fosse chamada de “Val Brasiliensis”. Assim, Rubens de Azevedo deu de presente um pedaço da Lua para todos os brasileiros.

Marcelo Zurita – (83) 99926-1152
APA – Associação Paraibana de Astronomia
BRAMON – Rede Brasileira de Observação de Meteoros
SAB – Sociedade Astronômica Brasileira
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