Francisco Velasquez no galpão de triagem que está sendo construído em Patos
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O geógrafo Francisco Velasquez Solis, salvadorenho que mora no Brasil há 40 anos, e que há muito tempo acompanha e se dedica à causa dos catadores de recicláveis em Patos, fechou um acordo com a Associação de Catadores de Patos, com o intermédio da então vereadora Cláudia Leitão, que levou à questão à  Câmara Municipal de Patos, no sentido dele mesmo construir um galpão de triagem para os catadores de Patos.

O galpão é uma necessidade antiga e jamais havia saído do papel. Os catadores receberam, na gestão de Francisca Motta, um terreno, localizado na saída para São José de Espinharas, para a construção do galpão de triagem. O galpão é necessário para o adequado tratamento dos resíduos sólidos do município, pois é onde ocorre a triagem, a separação dos resíduos recicláveis dos resíduos não recicláveis. O que é reciclável volta ao ciclo produtivo e dá lucro aos catadores, e o que não é reciclável, o chamado rejeito, vai para um aterro sanitário (que em Patos não existe ainda). Detalhe: no galpão só chega o resultado da coleta seletiva domiciliar e industrial, ou seja, o lixo que continuar sendo coletado nas residências de forma misturada, sem passar pela coleta seletiva, continuará tendo o lixão como destino.

Francisco Velasquez já atuou na área de Educação Ambiental, na Secretaria do Meio Ambiente, na época da prefeita Francisca Motta, e sempre buscou meios de conseguir os equipamentos para a construção do galpão de triagem e, ao longo do tempo, foi conseguindo, com muita dificuldade, esses equipamentos, que estão guardados num depósito no Bairro do Santo Antônio. Logo que o galpão estiver pronto os equipamentos serão implantados lá: 15 carrinhos da coleta seletiva, doados pelo governo do estado; três prensas, uma doada pelo governo do estado e duas doadas pelo Ministério do Trabalho e do Guedes Supermercado; um triturador de coco; um elevador de carga e uma balança de uma tonelada.

Esses equipamentos são necessários no galpão de triagem e foram conseguidos ao longo dos anos, através de projetos e sucessivas investidas junto ao poder público.

No que consiste o acordo para a construção do galpão e a sua localização

Como o terreno dos catadores esperava pelo poder público no sentido de ser construído e como a coisa vinha se arrastando há muito tempo, e sem solução, pois o poder público tem demandas gigantescas nesse sentido em Patos, uma vez que no plano de resíduos sólidos tem que se implantar coleta seletiva, construir galpão, implantar a logística reversa, construir um aterro sanitário, ou seja, é um trabalho demorado, o geógrafo Francisco Velasquez, que era proprietário de um terreno nas imediações da Alça Sudeste, numa estradinha de terra que dá acesso à pista para a cidade de Quixaba, fez uma permuta com a Associação de Catadores, com o intermédio da Câmara Municipal: o terreno dos catadores passaria a ser dele e o terreno dele passaria a ser dos catadores, incluindo aí a construção de um galpão de triagem.

O galpão já vem sendo construído e a perspectiva é que em menos de dois meses já esteja pronto. O espaço é grande, há uma fossa de evaportranspiração sendo construída e a perspectiva do geógrafo é que pelo menos dez catadores atuem lá, pois a demanda da coleta seletiva em Patos, ainda pouco praticada, não exige mais do que isso.

Em Patos se cobra muito a construção de um aterro sanitário, mas na questão dos resíduos sólidos o que existe é uma cadeia que passa pelo cidadão, na prática da coleta seletiva; passa pelas indústrias na prática da logística reversa; e passa pelo poder público, que tem a função de educar a população nas questões ambientais e trabalhar políticas públicas que busquem a sustentabilidade e um trabalho digno para os catadores. O galpão proporciona dignidade, pois nele os catadores trabalham com seus equipamentos de proteção individual usam fardas, luvas, botas, óculos, e como só atuam no que já vem coletado das residências, o risco de contaminação ou danos à saúde é infinitamente menor.

Para Francisco Velasquez o passo dado é muito importante, mas ainda falta muito: “Vamos continuar pedindo ao poder público que trabalhe a coleta seletiva nos bairros, que construa um aterro sanitário, que faça o  Plano Municipal de Resíduos Sólidos funcionar, pois só assim teremos melhoramentos reais no tratamento dos resíduos em Patos”, disse Francisco Velasquez.

Depois de muitas idas e vindas, e embora esteja sendo pouco divulgada, Patos em breve terá o seu primeiro galpão de triagem. É um passo importante e certamente terá um efeito educativo também, pois vai fazer com que muitos entendam como se funciona o chamado ciclo do lixo.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

 

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