O PRIMA é um projeto de inclusão social através da música desenvolvido pelo governo do estado e que atua em várias cidades da Paraíba, inclusive Patos. Nele, crianças e adolescentes aprendem as primeiras notas musicais e se familiarizam com instrumentos pouco praticados, como fagote, violino, violoncelo etc.
Em Patos o projeto tem sido um sucesso e tem feito várias apresentações na cidade, surpreendendo a todos pelo fato de jovens tocarem, além de clássicos da Música Popular Brasileira, músicas eruditas também.
Taiane Barbosa Silva tem 17 anos e entrou no Projeto PRIMA aos 14, justamente no começo do Projeto, em setembro de 2013, e ela é um dos destaques desse projeto em Patos.
A jovem começou praticando clarinete e, segundo diz, gostou muito: “Comecei no clarinete, foram nove meses incríveis e ampliei meu conhecimento nesse instrumento lindo”, diz.
Em setembro de 2014 Taiane começou a praticar fagote, um instrumento difícil, e até hoje ela o pratica. “Já são quase três anos e, por mais que ele seja considerado um instrumento difícil, o fagote é o meu melhor amigo. Ele é complicado sim, mas só precisa ser estudado com dedicação”, justifica a jovem.
Ela explica como foi o seu começo no projeto: “Minha história com o PRIMA é um pouco engraçada. Recebi o aviso de que abriria um projeto de música e, a princípio pensei que fosse para instrumentos que estamos acostumados a ver, como o violão, por exemplo, e não instrumentos de uma orquestra. Eu não poderia ficar no PRIMA pois os dias coincidiam com o do treino do judô, só que por uma feliz coincidência (hoje eu digo feliz), fraturei a clavícula e minha mãe não me deixou mais treinar. A partir daí não havia mais nada me impedindo de continuar no PRIMA. Era como se tudo tivesse sido planejado. A princípio era bem básico, tínhamos aulas teóricas, depois foi que começaram as aulas práticas, com os instrumentos”.
Inicialmente a jovem teve o músico Ramsés Borges como professor, tanto de clarinete como de fagote. “Ele sempre esteve presente, sou muito grata a ele”, agradece.
Segundo ela o polo do Prima em Patos tem professores incríveis. Além de Ramsés Borges ela cita também o Allanderson Lais. “Allan, como o chamamos, teve de sair, mas sempre está presente de alguma forma. Nós gostamos muito dele. Ele sempre me ajudou e me incentivou, mesmo de longe faz de tudo pelo nosso polo”, diz.
A jovem Taiane diz que nunca imaginou saindo do projeto, mas sabia que essa hora teria de chegar. Ela vai cursar faculdade de Matemática e vai ter de se afastar por uns tempos da prática do instrumento, mas, segundo disse, pretende voltar à música assim que for possível.
Por fim ela deixa a sua mensagem de saudades desse projeto que, por força das circunstâncias, vai precisar se afastar: “O que posso dizer é que o PRIMA se tornou minha segunda casa, minha segunda família. Lá fiz amigos que vão ser pra vida toda, amigos de outros polos também. Com o PRIMA, tive o privilégio de ir para um Festival Internacional de Música, que foi o FEMUSC, e adquiri muito conhecimento, conhecimento que vai ficar guardado e grandes e sinceras amizades. O PRIMA não tem a função de formar músicos. Se eles seguirem essa profissão, tudo bem, é muito bom! O real objetivo é formar cidadãos de bem. Só que a música te desperta um sentimento muito profundo, sentimentos estes que tocam tua alma de uma forma inexplicável. Você apenas sente! Posso não estar indo fazer a faculdade de música, mas eu senti, entendi o significado que é a música. Obrigada a todos, por todos os momentos juntos, as brincadeiras, e cada palavra de incentivo! Só tenho a agradecer”.
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