O epíscopo, o irmão mais velho, o consagrado a Cristo, sumo e eterno sacerdote.
As virtudes teologais lhe saltavam aos olhos.
Sua firmeza exposta na gentileza das palavras e no sorriso aberto, contagiava e convertia.
Seu olhar sereno contemplava o infinito como primícias dos que creem no céu, prêmio e vitória.
Tacitamente falavas e defendias a Fé de maneira heróica.
Em tempos difíceis sua voz ecoou com profetismo, num tom ameno, sem gritos mas com muita coragem.
O corpo frágil, de passos contidos ocultava um gigante da doutrina e do magistério da Santa Mãe Igreja.
Quando falamos em ruptura dos muros para Evangelização, seu episcopado deixou de ser circunscrito geograficamente para ser um arauto dos aerópagos modernos.
Seu báculo não tangia, antes conduzia seu rebanho, quer físico em Palmares ou outras tantas ovelhas do redil virtual que orientava e inspirava.
Zelo e prudência o transformaram num defensor ferrenho da Sagrada Liturgia.
A mitra que ornava sua fronte nunca foi motivo de supremacia, apenas o lembrava das realidades do alto, celestiais, elevava ao vertical.
O brilho do anel episcopal reluzia para iluminar a tantos que nas trevas da obscuridade devem fitar seu olhar para o brilho sem fim, a luz verdadeira que veio para iluminar as nações todas.
Em seu peito carregava muito mais do que uma cruz peitoral, insígnia episcopal, nele batia um coração amoroso e apaixonado por Cristo e sua Igreja.
Sim, consumistes sua vida numa causa que vale a pena.
E, por isso tens reservada sua tenda armada no céu, agora que desfeita sua habitação terrena.
Podes entoar como a salmodia: “Eu me entrego, Senhor em tuas mãos e espero pela tua salvação”.
Descanse em paz, Excelentíssimo e Reverendíssimo Dom Henrique Soares da Costa, servo de Deus!!!
Crônica de Carlos Ferreira da Silva – Mestre de Cerimônia e membro da Confraria dos 100 Bibliófilos do Sertão da Paraíba