Em fevereiro de 2019 o popular Marcos Antônio da Silva Araújo, estava feliz, juntamente com sua família, pelo fato dele estar há três anos sem usar drogas.

Marcos, hoje com 49 anos, ficou conhecido em Patos por perambular no centro da cidade, dormir nas calçadas e viver pedindo dinheiro. O que recebia era usado para manter o vício das drogas.

A situação era desesperadora. Por conta do crack, ele andava maltrapilho e fisicamente abatido.

Em 2016, após decisão da Comarca de Patos, Marcos foi internado compulsoriamente para fazer o tratamento contra o vício no Espaço Inocêncio Poggi, no Complexo Juliano Moreia, em João Pessoa.

Foi um longo tratamento, mas que deu bons resultados. A família colaborou muito para a mudança. Marcos deixou de consumir drogas, passou a se vestir melhor, ia à igreja, e começou a trabalhar. Passou meses vendendo picolés nas ruas de Patos até que em junho de 2017 conseguiu um emprego na Secretaria de Serviços Públicos de Patos.

O emprego chegou em boa hora. Marcos estava feliz, pois aquele homem que era visto maltrapilho nas ruas, dormindo nas calçados, agora já era visto pedalando sua bicicleta, trabalhando e frequentando à igreja.

Tudo ia bem, até que em agosto do ano passado Marcos Antônio  começou a ter recaídas. No começo eram recaídas esporádicas, mas depois passaram a ser mais frequentes, gerando preocupação entre os familiares. Nessa época Marcos arrumou uma companheira, saiu da casa da mãe, e foi residir com ela no setor conhecido como “Baixo Meretrício”, um lugar onde frequentemente a imprensa divulga apreensões de drogas realizadas pela polícia, ou seja, um lugar inadequado para quem já estava na situação frágil em que ele se encontrava.

Apesar das recaídas, Marcos seguia trabalhando. A coisa se agravou bastante no fim de 2019 quando a Prefeitura de Patos demitiu todos os contratados e Marcos perdeu sem emprego.  Sem trabalhar, ele voltou a pedir dinheiro nas ruas. Dizia que o dinheiro não era para comprar drogas, mas para pagar o aluguel da casinha que alugou e para as contas de água e luz.

Aos poucos as coisas foram mudando radicalmente: separou da companheira e agora todos os dias é visto pedindo dinheiro nas ruas, diz que é para pagar suas contas e comprar comida, mas suas condições o denunciam: anda descuidado e às vezes está visivelmente alterado. “É fato que ele hoje não pede dinheiro apenas para comprar drogas, também precisa pagar o aluguel e as contas de água e luz, mas, numa conversa recente, ele assumiu que voltou a usar crack de vez em quando, o que é muito preocupante“, disse um lojista que o vê quase todos os dias na porta de seu comércio.

Marcos Antônio não mais dorme nas ruas, dorme na casinha que alugou, mas sua situação voltou a ser como antes: anda maltrapilho, pede dinheiro e consume drogas.

Ele não quer voltar  a morar com a mãe e diz que não quer ser internado para tratamento. “Marcos voltou a viver pelas ruas, eu o receberia de braços abertos, mas ele prefere viver assim, não quer contato com a família, é uma situação muito difícil”, diz, trista, a mãe Maria Daguia.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

 

 

 

 

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