Imagem ilustrativa/reprodução/internet

Bateu-me uma saudade grande da minha primeira escolinha particular, que ficava vizinha a minha casa; era um “Pulo de Gato”, bem pertinho! A professora chamava-se: “Marilene.” Iniciava-se, então, comigo, os sonhos de criança. O mundo, que para mim não tinha forma, começava a se delinear como um desenho “à mão livre.” Às primeiras descobertas vieram para encantar e deslumbrar meu mundo! A relação com os novos colegas, me entusiasmava, como se tudo fosse um resplandecer de contentação, recheado de sonhos e fantasias! Contudo, um novo despertar me deixou inquieto e encabulado. “Como poderia eu, – apenas um menino -, me apaixonar pela minha professora”? – Talvez, fosse uma “carência afetiva”, já que minha mãe, não tinha muito tempo para tanto, pois, vivia na luta, trabalhando para nos manter – Era um tormento; era uma tortura dentro de mim, minha alma estava frágil; sem forças! Foram dias e mais dias de insônia. A febre, tomava conta do meu corpo, levando-me ao delírio! Adoeci. Deixei de frequentar à escola por uns dias. – Alívio!

No meu retorno, após uma semana sem assistir às aulas, tive que me suportar; tive que me superar. Era o “reencontro”. O meu físico, que até então, ostentava um “obesidade”, tinha se tornado esquelético, “magro, que nem assobio de saguim”. Fiquei mofino! A professora – que, talvez adivinhasse meus pensamentos – se dirigiu até à mim e disse: – “menino, essa doença passa, na vida tudo passa, você vai ficar bom”! Fiquei rubro, por horas, mas, depois veio a recuperação e a minha cor voltou ao normal. Analisei aquelas palavras, por todo o dia. Foi ai que percebi que o mundo é repleto de sonhos e de ilusões, porém, fazem parte da estrutura humana. É como fosse se formando um alicerce para se manter uma base sólida, para manutenção da nossa espécie; do nosso ser na terra! Para mim, aquilo serviu como um conselho, uma alertar. Um conselho, que até hoje carrego comigo, e, que na verdade, nunca vou esquecê-lo! Pois, aprendi, que na vida tudo passa!

Minhas saudações, a essa minha primeira professora.

Um abraço, Dona Marilene!  (onde você estiver).

Patos, 27/02/2022

Anchieta Guerra

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