A uma distância de apenas 3,5 quilômetros do aeroporto de João Pessoa, na Paraíba, uma pequena propriedade rural está de portas abertas para oferecer mini alfaces, coloridas flores comestíveis e sabores que ainda não são de conhecimento do público nordestino. Ainda. Pois a ambição da produtora Rayssa Chaves é levar a hidroponia e a agricultura paraibana ao mais alto escalão da gastronomia local — e quiçá nacional.
As idas ao sítio aos fins de semana e o hobby do pai de plantar alguns legumes inspiraram o negócio do Rancho Isabelle Chaves. Só que fazer agricultura no litoral de João Pessoa foge do senso comum, e o negócio precisou de muita resiliência para deslanchar em plena época de pandemia.
Advogados de formação, Rayssa e Glauber Chaves viram que o apreço pelo campo falou mais alto quando, em dezembro de 2019, uma oportunidade mudou a vida dos irmãos. Foi um amigo da família que ofereceu os materiais para um sistema hidropônico — cultivo de plantas que não precisa de terra e as raízes ficam na água — a um preço bem atrativo. Assim, diz Rayssa Chaves, o investimento inicial foi de 50 mil reais e o projeto saiu do papel mais rápido do que eles imaginaram.
“No dia em que eu estava lendo uma petição e um cliente ligou para falar da entrega dos alfaces, eu fiquei muito dividida e percebi que não dava para conciliar as duas atividades ao mesmo tempo”, afirma.
Foi neste momento que a dedicação da empreendedora se voltou à empresa especializada no cultivo de hortaliças, ervas finas, microvegetais e flores comestíveis por meio da hidroponia.
Ao todo, o rancho possui quatro hectares, sendo apenas um dedicado à área produtiva. Pode parecer um espaço pequeno, se comparado a outras regiões ou cultivos do país. Mas é o tamanho suficiente para produzir cerca de cinco toneladas de alimentos frescos por mês. Eles são entregues para restaurantes, bares e hotéis, de toda João Pessoa, bem como em Bananeiras e Campina Grande.
Segundo Rayssa Chaves, a inteligência da hidroponia está nesta alta produtividade por área. “A gente produz em apenas um hectare o equivalente a três hectares, se comparado ao cultivo convencional, sobre o solo”, ela diz.
Devido à perecibilidade e delicadeza dos vegetais, a logística e transporte são critérios que pesam na hora de tentar expandir o mercado. Por isso, ela e o irmão pretendem recorrer à contratação de crédito para ampliar a produção na mesma área, modernizar alguns processos no campo e na entrega aos clientes. Ao longo dos três anos de empresa, foram investidos 500 mil reais, que já se pagaram.
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